O Palácio do Planalto tem feito acordos com membros do Congresso, em meio às negociações da reforma ministerial, para deixar mais dinheiro nas mãos do centrão. Esses acertos entre a cúpula do Congresso e o Governo envolvem mais de R$2 bilhões para órgãos loteados ao centrão e também novas cotas do orçamento de ministérios para atender projetos e obras de parlamentares.


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De acordo com informações da Folha, a versão mais recente da negociação indica que agora deverá sair R$ 802 milhões do ministério de Jader Filho. A pasta das Cidades virou alvo de críticas do centrão pela demora em autorizar os repasses a obras e projetos apadrinhados por deputados e senadores.

Já a Codevasf será inflada em mais de R$1 bilhão. O estatal é presidido por Marcelo Andrade Moreira Pinto, indicado pelo líder da União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), que é aliado de Lira.

Outro perdedor nas negociações é o Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Wellington Dias (PT). O cargo dele foi pleiteado na reforma ministerial pelo PP de Lira. Sem acordo de emendas, a pasta poderá perder R$44 milhões.

No entanto, isso ajudará a destinar R$80 milhões para o projeto Calha Norte, do Ministério da Defesa. Municípios no Amazonas, Amapá, Pará e Roraima podem receber investimentos por meio do projeto. Segundo membros do Congresso, essas ações são de interesse de aliados do governo na região Norte, como o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

As pastas das Cidades, do Desenvolvimento Social e do Esporte estão entre os ministérios mais criticados pelo Congresso pela demora em liberar emendas. 

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, defendeu nesta quinta-feira (31) uma reforma ministerial para acomodar os parlamentares do Centrão na base aliada do governo. Em evento em São Paulo, ele disse ser favorável que Republicanos e PP participem efetivamente do governo.

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