Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20), revelou as condições de saneamento básico dos 100 municípios mais populosos do Brasil. Segundo a pesquisa do Instituto Trata Brasil, que desde 2009 realiza monitoramentos no país sobre o assunto, 5 das 7 capitais da região Norte possuem os piores índices.

Para elaborar o estudo, o instituto usou os dados divulgados pelo Ministério das Cidades por meio do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), no ano-base de 2022.

Para indicar o saneamento das 100 cidades avaliadas, o instituto leva em conta três fatores: Nível de Atendimento, Melhoria do Atendimento e Nível de Eficiência. Considerando todo o Brasil, as três cidades melhores ranqueadas são: Maringá (PR), São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP).

Entre as 20 cidades melhores avaliadas, nenhuma é da região Norte. A predominância é das regiões Sudeste (12), Sul (5) e Centro-Oeste (3).

Entre as 20 piores, 7 são da região Norte, 6 do Nordeste, 5 do Sudeste, 1 do Sul e 1 do Centro-Oeste.

Cenário na região Norte

Segundo a pesquisa, a região Norte possui os piores índices de saneamento básico do país, incluindo as capitais dos estados. As três capitais mais populosas da região estão entre as 20 cidades com os piores índices de saneamento básico.

A última cidade do ranking, na 100ª posição, é a cidade de Porto Velho, em Rondônia. Logo em seguida aparecem Macapá (AP), na 99ª posição e Santarém (PA), na 98ª posição, fechando as três cidades com os piores índices.

Além das três citadas, também aparecem no índice das 20 cidades com os piores índices de saneamento básico, Rio Branco (AC), na 97ª posição; Belém (PA) na 93ª posição; Ananindeua (PA), na 90ª posição e Manaus (AM), na 86ª posição.

As outras duas capitais da região Norte, Boa Vista (RR) e Palmas (TO), aparecem na 40ª posição e 26ª posição, respectivamente.

Atendimento total de esgoto

A coleta de esgoto é um grave problema de saneamento básico na região Norte. Entre as cidades avaliadas, Santarém aparece como a pior cidade, com apenas 3,81% da população com acesso à coleta de esgoto. Completam o ranking Macapá, com 8,05% e Porto Velho, com 9,89%.

As cidades com os melhores índices são Boa Vista, com 92,80% e Palmas com 89,96%.

Acesso à água

Entre as 9 cidades da região Norte avaliadas pelo estudo, Porto Velho apresenta a menor porcentagem da população com acesso à água potável, com apenas 41,79%, seguida por Ananindeua, com 42,74% e Santarém com 48,80%.

As melhores cidades são Manaus (99,49% da população), Palmas (97,93% da população), Boa Vista (96,45% da população) e Belém (95,52% da população).

Baixo investimento

Um dos motivos que justifica a péssima condição de saneamento nas cidades avaliadas é o baixo investimento realizado na melhoria do saneamento.

Entre as cidades da região Norte que aparecem no ranking, Palmas (TO) possui o menor investimento médio por habitante em saneamento básico, com apenas R$ 29,62 investidos. Completam o ranking com os três piores investimentos médios por habitante: Rio Branco (AC) com R$ 30,02 e Santarém (PA), com R$ 34,30.

As cidades da região Norte com os maiores investimentos médios por habitante são Manaus, com R$ 115,66 e Belém, com R$ 106,92.

Em valores totais, Manaus aparece como a cidade da região com o maior investimento (R$ 1.193.400), seguida de Belém, com R$ 696.790. Os piores investimentos são em Rio Branco (R$ 54.750) e Santarém (R$ 56.940).