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Relatório aponta que Brasil é o quarto país que mais mata ativistas ambientais no mundo

De acordo com o relatório da ONG Global Witness divulgado nesta segunda-feira, 13, o Brasil é quarto país que mais mata ambientalistas no mundo. No ranking mundial, o Brasil registrou 20 mortes no ano de 2020, ficando atrás apenas das Filipinas (29), do México (30) e da Colômbia (65 mortes).

Foram assassinadas 227 pessoas, média de quatro mortes por semana, enquanto tentavam defender seus territórios, o direito à terra, seus meios de subsistência e o meio ambiente.

Um dos casos recentes que ganhou bastante repercussão e indignação por parte da sociedade foi a morte de Paulo Paulino Guajajara. O líder indígena foi assassinado a tiros por madeireiros dentro da Terra Indígena Araribóia, região da Lagoa Comprida, no estado do Maranhão, em 2019.

Desde 2012, quando a ONG começou o estudo, o Brasil vem ocupando as primeiras posições em número de mortes de ambientalistas em todo o mundo. Em 2019, o país chegou a ficar na terceira posição. E o ano de 2020, analisado na pesquisa “Última linha de defesa”, foi o mais letal.

O relatório chamou atenção para a situação da floresta Amazônica como ponto de exploração e para a ameaça dos indígenas que vivem em áreas visadas por grandes empresas.

Cerca de 70% das vítimas em todo o mundo estavam trabalhando contra o desmatamento e a expansão industrial. No Brasil e no Peru, é estimado que três quartos dos assassinatos aconteceram na região da Amazônia, com ativistas que protegiam a floresta.

O México também se destaca com um grande aumento nas mortes relacionadas à extração de matéria-prima e desmatamento. Já os povos indígenas foram alvos em 5 de 7 ataques registrados.

A Global Witness responsabiliza a exploração de companhias que colocam o lucro acima das questões ambientais. O relatório cita que nos países ricos em matéria-prima e com biodiversidade a impunidade tende a ser pior, porque há várias corporações atuando.

O relatório também recomenda que, com a crise climática se intensificando, os governos se posicionem a favor dos direitos humanos e da vida sustentável, para proteger não só os ambientalistas, mas também a sociedade civil.

 

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