O deputado federal por Roraima, Stélio Dener (Republicanos), foi um dos dois deputados que votaram contra a suspensão da dívida do Rio Grande do Sul.
A votação aconteceu nesta terça-feira, 14, na Câmara Federal, em Brasília.
Quatrocentos e quatro deputados votaram a favor e conseguiram a aprovação da proposta.
A proposta visa congelar por três anos a dívida do Rio Grande do Sul com o governo federal, para que o dinheiro seja aplicado em ações de enfrentamento as enchentes no estado.
Stélio Dener (Republicanos) disse que errou durante a votação.
“Houve uma falha de interpretação deste parlamentar quanto a orientação do Partido, visto que na votação anterior havia alterado a orientação e liberado a bancada, o que resultou em manter o voto não. Quando nos atentamos a tal fato, tentamos alterar o voto para SIM, mas a votação já havia encerrado”, disse Dener.
Além de Dener, outro parlamentar que votou contra a suspensão da dívida foi Eros Biondini (PL-MG).
Nas redes sociais, o parlamentar disse que se confundiu durante a votação e pediu desculpas pelo erro.
“Apertei a opção trocada e quando fui corrigir já havia encerrado a votação. Fiz a correção do voto na mesa da Câmara e me desculpo publicamente”, ressaltou.
A dívida do estado do Rio Grande do Sul com a União gira em torno de R$ 100 bilhões.
Com a suspensão, o Estado poderá direcionar mais de R$ 11 bilhões nos próximos três anos para as ações de reconstrução, em vez de pagar o débito.
Enchentes no Rio Grande do Sul: saiba os possíveis impactos na economia de RR
As enchentes no Rio Grande do Sul devem afetar a economia de todo o Brasil. Em Roraima, um dos principais impactos deve ocorrer sobre o preço do arroz.
Segundo o economista Fabio Martinez, os valores do cereal aumentarão em todo o país, incluindo Roraima, embora o estado tenha uma produção própria.
“Como um grande produtor de produtos agrícolas, principalmente no arroz, que detém a maior parte da produção, isso deve implicar em aumentos do preço do arroz a nível nacional. Mesmo em Roraima, que tem uma produção local que abastece o nosso mercado, a gente deve sentir alguns impactos no preço do arroz e de outros produtos agrícolas”, ressaltou.
Conforme o economista, ainda que o Governo Federal implemente medidas para diminuir esses impactos, a população pode esperar um aumento na inflação.
“Há de se esperar que a gente tenha impacto diretamente na inflação, seja por conta do aumento do preço dos alimentos, ou seja, por conta do maior endividamento do Brasil”, disse.
De acordo com Martinez, o endividamento do Estado também é uma das consequências das enchentes no Rio Grande do Sul, que, segundo especialista, têm relação com as mudanças climáticas.
“A União deve aumentar os repasses para o Rio Grande do Sul através de algum tipo de aporte especial, que consequentemente virá de um maior endividamento da máquina pública. Isso implica em maiores taxas de juros e, consequentemente, a inflação mais acentuada”, explicou.