Segundo dados do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, da Marinha, o rio Paraguai registrou o segundo menor nível em 121 anos de medição, na cidade de Ladário (MS).

A seca histórica praticamente inviabilizou a navegação de grandes embarcações, que escoam minério e outros produtos da região.

Os valores negativos das medições se devem ao fato de a primeira régua instalada em Ladário, há 121 anos, acabar fora da água em períodos de nível baixo.

Na época, estimou-se que o nível não desceria mais do que aquele valor, mas isso aconteceu já alguns anos depois, em 1910.

“São quase três anos sem o transbordamento do rio Paraguai, o evento clássico da região”, afirma o pesquisador Marcelo Henriques, do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), órgão do governo federal responsável pelo monitoramento da vazão dos rios.

Com o início do período de chuvas neste mês, o SGB projeta uma tendência de estabilização seguida de elevação do nível da água na maioria das estações de medição ao longo das próximas semanas. Nesta sexta-feira,22, o nível do rio Paraguai estava um pouco mais alto em Ladário, -55 cm.

Há incertezas, no entanto, sobre o volume de chuvas para os próximos meses. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), órgão do governo americano, estima que há 87% de chances de que o fenômeno La Niña (resfriamento das águas do Pacífico) continue entre dezembro e fevereiro de 2022.

Para o Brasil, isso deve significar mais chuvas no Norte e menos precipitação no Sul. O impacto no Centro-Oeste é mais imprevisível. Em nota à imprensa, o governo de Mato Grosso do Sul avalia que choverá menos apenas no sul do estado, ou seja, não afetaria o Pantanal.

O rio Paraguai nasce perto de Diamantino, a 180 km ao norte de Cuiabá, uma área de intensa atividade agropecuária, o que pressiona as nascentes. Ao todo, possui uma extensão de 2.621 km. Sua bacia inclui também Bolívia, Paraguai e Argentina .

O nível está tão baixo que as pessoas cruzam a pé, com a água abaixo da cintura, até uma ilha de areia no meio do leito. Moradores disseram que nunca haviam visto o rio com tão pouca água naquele trecho.

A partir de Cáceres (MT), já no Pantanal, o rio funciona como hidrovia, com vários terminais portuários, incluindo o da empresa Vale, em Corumbá (MS), usado para embarcar minérios. Sem o rio, a BR-262 passou a receber mais fluxo de caminhões.

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