O ministro da Educação, Camilo Santana, será ouvido na quarta-feira (22) por parlamentares de três comissões da Câmara dos Deputados. Na ocasião, ele deve prestar esclarecimentos sobre temas como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sobre os bloqueios e cortes no orçamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão responsável pelos cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, e o programa nacional das escolas cívico-militares.

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A audiência pública conjunta será realizada pelas comissões de Educação (CE); de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR); e de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara e atende a 14 requerimentos apresentados por diversos deputados, a maioria de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os deputados Zucco (Republicanos-RS), Capitão Alberto Neto (PL-AM) e Evair Vieira de Melo (PP-ES) querem esclarecimentos sobre a última prova do Enem, onde consideram que houve politização das provas e discriminação do setor agropecuário. A bancada ruralista, por exemplo, questionou duas perguntas da prova que tratam da Amazônia e do cerrado e pediu anulação. Deputados federais ligados ao agro contestam uma suposta discriminação à região Centro-Oeste. Segundo eles, o exame teve “cunho ideológico” e falta de “critério científico ou acadêmico”.

“Entende-se que a educação é um pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e informada, e que o Enem desempenha um papel crucial nesse processo. No entanto, a politização das questões do Enem e a apresentação de um único ponto de vista sobre um tema complexo como o agronegócio são preocupantes” justificaram no requerimento.

E ressaltaram a importância de considerar que o debate em torno do agronegócio não deve se limitar a visões negativas. “Este setor desempenha um papel essencial na economia, na segurança alimentar e no desenvolvimento sustentável do Brasil. Em vez de demonizá-lo, um diálogo construtivo que promova práticas agrícolas cada vez mais sustentáveis é essencial para um futuro em que a agricultura e a conservação possam coexistir harmoniosamente”, defenderam.

Evair Vieira de Melo também apresentou requerimentos sobre a limitação de novos cursos de Medicina apenas onde faltam médicos, a suspenção por 60 dias a implementação do novo ensino médio, a inclusão do MST na Comissão Nacional de Educação do Campo e a criação de curso de medicina exclusivo para assentados do MST em universidade federal.

Já os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO) questionam bloqueios e cortes no orçamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão responsável pelos cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado.

O deputado Junio Amaral (PL-MG) quer informações sobre o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares e as políticas de alfabetização.

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