O mês de outubro é marcado pela campanha do Outubro Rosa, que tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama.

Durante esse período, muito se fala sobre a importância dos exames de rotina, como a mamografia, mas é igualmente crucial entender os fatores de risco do câncer de mama. Eles desempenham um papel importante no desenvolvimento da doença, e conhecê-los pode ajudar a tomar medidas preventivas.

O que são os fatores de risco?

Os fatores de risco do câncer de mama são condições ou hábitos que aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver a doença ao longo da vida. Embora nem todos os fatores possam ser modificados, muitos estão diretamente relacionados ao estilo de vida.

Ter um ou mais desses fatores não significa que uma pessoa irá necessariamente desenvolver câncer, mas aumenta as chances. Compreender e evitar esses fatores é uma maneira eficaz de prevenção.

Fatores de risco não modificáveis

Entre os fatores de risco do câncer de mama que não podem ser alterados, destacam-se:

  1. Idade e gênero: A maioria dos casos de câncer de mama ocorre em mulheres com mais de 50 anos. Além disso, ser mulher já é, por si só, um fator de risco, pois a doença afeta mais mulheres do que homens.
  2. Histórico familiar: Mulheres que possuem parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com histórico de câncer de mama têm um risco maior de desenvolver a doença.
  3. Mutações genéticas: Alterações nos genes BRCA1 e BRCA2 são os principais fatores genéticos associados ao câncer de mama. Esses genes são responsáveis por controlar o crescimento celular, e sua mutação pode resultar em câncer.
  4. Histórico pessoal: Quem já teve câncer de mama anteriormente também está em maior risco de desenvolver um novo tumor, seja no mesmo seio ou no outro.

Fatores de risco modificáveis

Por outro lado, os fatores de risco do câncer de mama que podem ser modificados envolvem escolhas de estilo de vida e hábitos diários. São eles:

  1. Consumo de álcool: O consumo regular de álcool está diretamente relacionado ao aumento do risco de câncer de mama. Quanto maior a quantidade ingerida, maior o risco. Por isso, a recomendação é limitar ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
  2. Sedentarismo e falta de atividade física: O sedentarismo está associado ao ganho de peso e ao aumento de hormônios que podem estimular o desenvolvimento do câncer. Manter uma rotina de exercícios físicos é uma forma eficaz de reduzir o risco.
  3. Sobrepeso e obesidade: Mulheres que ganham peso, especialmente após a menopausa, estão mais expostas ao câncer de mama. Isso porque o tecido adiposo produz estrogênio, um hormônio que pode alimentar o crescimento de alguns tipos de câncer de mama. Portanto, o controle do peso é essencial.
  4. Reposição hormonal: O uso prolongado de hormônios após a menopausa, seja na forma de terapia hormonal convencional ou de hormônios bioidênticos, pode aumentar o risco de câncer de mama. A recomendação é usar esses tratamentos pelo menor tempo possível e sempre sob orientação médica.
  5. Exposição à radiação: Mulheres que passaram por tratamentos de radioterapia no tórax, especialmente durante a infância ou adolescência, apresentam maior risco de desenvolver câncer de mama mais tarde na vida.
  6. Primeira gravidez tardia ou ausência de filhos: Mulheres que têm o primeiro filho após os 35 anos ou que nunca tiveram filhos também têm um risco ligeiramente aumentado de desenvolver a doença. Isso se deve ao fato de que, sem filhos, o corpo da mulher está exposto a mais ciclos menstruais e, consequentemente, a uma maior quantidade de estrogênio ao longo da vida.

Como prevenir o câncer de mama?

Embora não seja possível evitar completamente o câncer de mama, algumas medidas podem reduzir o risco.

Além de evitar os fatores de risco do câncer de mama, como o consumo de álcool e o sedentarismo, a prática de atividades físicas regulares, o controle do peso e a moderação na terapia de reposição hormonal são atitudes recomendadas pelos especialistas.

Outro ponto importante é a amamentação. Estudos sugerem que mulheres que amamentam têm um risco menor de desenvolver câncer de mama, possivelmente devido à menor exposição ao estrogênio durante a amamentação.

Além disso, manter as consultas médicas em dia e realizar a mamografia conforme as recomendações do Ministério da Saúde são ações essenciais para a detecção precoce da doença. A mamografia não previne o câncer, mas é crucial para identificar lesões iniciais, o que aumenta as chances de cura.