A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou sobre o aumento significativo dos casos de arboviroses no estado, com destaque para a febre de Mayaro e a febre Oropouche.
Entre 2023 e 2024, a entidade confirmou oito casos de febre de Mayaro em quatro municípios:
- Mâncio Lima;
- Cruzeiro do Sul;
- Xapuri; e
- Rio Branco.
Transmitida pelo mosquito Haemagogus janthinomys, a febre de Mayaro compartilha sintomas com doenças como dengue e chikungunya, mas normalmente apresenta um quadro clínico menos grave.
Em relação à febre Oropouche, o Acre enfrentou um aumento alarmante de 698,33% no número de casos confirmados, que saltaram de 60 em 2023 para 479 em 2024.
Até novembro deste ano, a doença foi detectada em 21 municípios, com exceção de Santa Rosa do Purus. A febre Oropouche é caracterizada por febre alta e fortes dores de cabeça, músculos e articulações.
Ademais, em agosto deste ano, o estado de Roraima registrou 288 casos de febre Oropouche.
Transmissão da febre Oropouche
O vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) causa a febre oropouche. A transmissão ocorre principalmente por meio do mosquito Culicoides paraenses, conhecido como “maruim”. O mosquito é o principal vetor tanto em ambientes silvestres quanto urbanos.
O Culicoides paraenses é um inseto pequeno e possui voo errático. Após picar um indivíduo ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por dias. Além disso, quando o mosquito pica outra pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus.
Transmissão da febre de Mayaro
A febre de Mayaro é uma doença infecciosa transmitida por mosquitos do gênero Haemagogus, que picam primatas, principais hospedeiros do vírus. Humanos são hospedeiros acidentais. A transmissão ocorre pela picada do mosquito infectado, que transmite o vírus através da saliva.
O ciclo da doença é natural nas florestas, envolvendo mosquitos, primatas e outros animais silvestres. A doença não se transmite de pessoa para pessoa, mas outros mosquitos, como o Aedes aegypti, podem transmiti-la em condições específicas, o que pode representar um risco em áreas urbanas.
Por fim, o período de incubação varia de 3 a 5 dias.