Empresas de navegação que operam no transporte de contêineres para Manaus anunciaram a implementação de uma nova tarifa denominada “taxa de pouca água”, em resposta à seca severa e iminente nos rios amazônicos.

A medida, anunciada pela Aliança Navegação e Logística, MSC e Maersk, estabelece cobranças que podem chegar a US$ 5,9 mil por contêiner, o equivalente a aproximadamente R$ 32,2 mil.

Essa decisão antecipada contrasta com o ano anterior, quando sobretaxas foram aplicadas somente em outubro, a um custo significativamente menor de US$ 2,1 mil por contêiner.

O aumento repentino das tarifas gerou indignação entre autoridades locais e líderes empresariais.

Críticas

Durante uma reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS), o secretário de Desenvolvimento Econômico, Serafim Corrêa, criticou as operadoras de navegação. Para ele, as empresas se aproveitam da provável seca severa para lucrar.

Ele enfatizou que os custos adicionais poderiam anular os benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus, crucial para a competitividade econômica da região.

“Estamos vendo que as operadoras de navegação estão se aproveitando de um momento que ainda nem aconteceu para ganhar dinheiro. Isso daí nós temos que repudiar”, afirmou Serafim durante o CAS. Ele também alertou para o impacto direto sobre os custos de frete, que aumentaram significativamente devido à nova taxa.

A seca prevista nos rios amazônicos é uma preocupação ambiental e econômica, exacerbada pelas mudanças climáticas.

As empresas argumentam que a “taxa de pouca água” é necessária para compensar os custos adicionais associados à adaptação das rotas e à manutenção dos serviços durante períodos de baixo calado.

No entanto, essas justificativas não convenceram os críticos, que veem na medida uma exploração injustificada da crise.

Diante desses desafios, Serafim Corrêa apelou por uma resposta mais enérgica das autoridades federais contra o que ele considera práticas abusivas das operadoras de navegação.

Ele destacou a necessidade urgente de soluções sustentáveis e justas para garantir que a economia local não seja prejudicada ainda mais pela crise hídrica iminente.

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