O estado do Amazonas apresenta uma proporção de Insegurança Alimentar (IA) grave que está levando 26% da população a passar fome.

Esse dado é mais preocupante ainda quando leva em consideração a IA moderada e grave, com números que chegam a 54,4% dos amazonenses com alguma dificuldade de se alimentar ou mesmo sem nada para comer.

O quadro foi revelado no estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan), divulgado nesta quarta-feira (14).

Para chegar aos dados, pesquisadores foram de casa em casa, de novembro do ano passado a abril deste ano, visitando 12.745 domicílios em 577 cidades. Todos os estados do país o Distrito Federal fazem parte do levantamento.

No Amazonas, 460 domicílios foram visitados pela Penssan.

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Arte: Reprodução Rede PENSSAN – Proporção de Insegurança Alimentar moderada e grave no Amazonas.

Níveis

O estudo aplicou oito perguntas da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e encontrou três níveis de Insegurança Alimentar: a leve, moderada e grave. 

Segurança Alimentar é quando a família/domicílio tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

Já a insegurança alimentar leve é quando há preocupação ou incerteza em relação ao acesso aos alimentos no futuro; qualidade inadequada dos alimentos resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade. 

A moderada é quando há redução quantitativa de alimentos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante de falta de alimentos. 

E a grave, é quando não tem o que comer por falta de dinheiro para comprar alimentos, ou fazer apenas refeição ao dia, ou ficar o dia inteiro sem comer.

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Gráfico: Reprodução Rede PENSSAN – Distribuição dos níveis de Insegurança Alimentar no Brasil e na região Norte

Dados

No Amazonas, 29,5% da população está em segurança alimentar, 27,5% passam por insegurança alimentar leve. 

Já 17,0% passam IA moderada, e 26,0% por IA grave.

Desempregados

Uma das consequências da crise econômica durante a pandemia da Covid-19 tem sido o alto endividamento das famílias brasileiras. 

A proporção de chefes de família desempregados no Amazonas é de 14,0%, bastante superior aos 8,3% relativos ao conjunto da região Norte. 

Cerca de 52,6% das famílias no Amazonas apresentam endividamento.