As mortes por lesão autoprovocada entre 2011 e 2020 aumentaram 35% no Brasil. Só em 2020, foram registrados 12.895 suicídios, segundo dados do DataSUS, plataforma do governo federal que concentra informações relativas à saúde no País.

Entre os cinco Estados com maiores casos nesse período estão São Paulo (1º), Minas Gerais (2º), Rio Grande do Sul (3º), Santa Catarina (4º) e Paraná (5º).

Envie esta notícia no seu WhatsApp

Envie esta notícia no seu Telegram

Os últimos dados compilados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) dão conta de 800 mil suicídios por ano: uma morte a cada 40 segundos.

Para alertar sobre essa questão, 10 de setembro é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Além disso, desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo, com o objetivo de prevenir e reduzir os suicídios no Brasil.

A psiquiatra Michele Gomes Maciel destaca as principais causas que levam as pessoas a tomar essa atitude drástica.

“Na grande maioria dos casos há a presença de um transtorno mental, principalmente a depressão e o transtorno bipolar do humor em mais de 35% dos casos. Além deles, os problemas mais comuns são a dependência de substâncias, transtornos de personalidade e esquizofrenia”, detalhou.

___________________________________________

RELACIONADAS

Manaus adere ‘Setembro Amarelo’ para mobilizar sociedade na prevenção ao suicídio

___________________________________________

Para ajudar aqueles que apresentam algum sinal de depressão ou desilusão com a vida, a especialista diz que é essencial procurar ajuda profissional.

“Na suspeita de um quadro depressivo, o primeiro e principal passo é buscar rapidamente atendimento com um psiquiatra, profissional especializado no tratamento deste transtorno. Após avaliado pelo médico, este irá decidir pelo tratamento medicamentoso, caso necessário, e encaminhar para uma abordagem multidisciplinar, já que na maioria dos casos a psicoterapia associada ao tratamento médico é fundamental para a melhora do paciente”, disse a psiquiatra.

Setembro amarelo

Michele Maciel destaca a importância da campanha setembro amarelo.

“A informação é fundamental para diminuir o preconceito contra o tema suicídio, ainda tabu em nossa sociedade, trazer educação para a população sobre o tema e trazer mais pessoas para o tratamento. Quanto mais se falar sobre o assunto, menor o estigma. Noventa por cento dos casos de suicídio poderiam ser prevenidos com o tratamento correto”, destacou a médica.

Ela completa que ao longo dos anos a campanha tem surtido efeito.

“O setembro amarelo tem trazido debates importantes sobre o tema, além de campanhas realizadas pelo mundo para educar melhor a população sobre o tema. Como psiquiatra da infância e adolescência, observo na nova geração uma maior abertura em procurar o psiquiatra, com bem menos preconceito e estigma. Isto é fundamental para reduzir as taxas de transtornos mentais não tratados e dessa forma, prevenir que mais pessoas tirem a própria vida”, salientou.

___________________________________________

ACESSE TAMBÉM MAIS LIDAS