O fim do sigilo expôs que o ex-presidente Jair Bolsonaro gastou R$27.621.657,23 em 4 anos de mandato no cartão corporativo.

Os dados foram divulgados pela Secretaria Geral da Presidência da República nesta quinta-feira (12).

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A lista de gastos foi publicada depois que a agência especializada em acesso às informações públicas, a Fiquem Sabendo, fez um pedido pela Lei de Acesso à Informação (LAI).

O ex-presidente gastou, desde 2020, R$ 43.276,35 em uma loja especializada em doces e chocolates na área central de Brasília.

Em 2020, foram gastos R$ 10.523,03, em 2021, foram R$ 15.371,26, e em 2022, foram R$ 17.382,06, no mesmo estabelecimento.

Em alguns meses houve mais de 5 compras e algumas passaram de R$ 1000 na especializada em doces.

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Em 29 de março de 2022, o ex-presidente foi a Ponta Porã para entregar títulos de terra na cidade do Mato Grosso do Sul.

No entanto, em 30 de março, Bolsonaro deixou a cidade e se dirigiu ao Rio Grande do Norte. Nestes dois dias na cidade sul-mato grossense, o ex-presidente gastou R$ 46.620,50 em um delivery de comida.

Ainda no MS, foram gastos R$ 29.808,00 em um hotel na cidade e R$ 17.115,00 em outro local de hospedagem.

Um comboio de veículos, com camisetas estampadas com a foto do ex-presidente e bandeiras do Brasil, deixou a cidade de Dourados para receber o ex-presidente em Ponta Porã na mesma data.

Detalhe sobre o cartão

O Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), conhecido como cartão corporativo, funciona como um cartão de crédito, mas dentro de limites e regras específicas.

Segundo o Portal da Transparência, o governo utiliza o CPGF para pagamentos de despesas próprias, que possam ser enquadradas como suprimento de fundos. Podem ser feitas nas seguintes condições:

a) atender a despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapasse o limite estabelecido na Portaria MF nº 95/2002;

b) atender a despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento;

c) quando a despesa deve ser feita em caráter sigiloso, conforme regulamento.

Fim do sigilo

A quebra dos sigilos foi iniciada pela divulgação das visitas que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu no Palácio da Alvorada, um dos documentos submetidos ao sigilo de 100 anos decretado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ex-primeira dama ironizou a publicação da lista de visitantes em suas redes sociais e publicou “Fazendo só uma correção: ‘a cabeleireira’ é minha manicure”.

Um dos filhos do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, também tratou com ironia a quebra do sigilo em suas redes sociais.

“Ué, a quebra de sigilo não ia mostrar a corrupção do governo Bolsonaro? Esses caras acham que somos iguais a eles”, publicou.