O ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, participou, nesta quinta-feira (19), do evento de lançamento da primeira molécula de hidrogênio verde (H2V)em grande escala na América Latina produzida pela empresa EDP Brasil.

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A planta de hidrogênio tem investimento de R$ 42 milhões e faz parte do Complexo do Pecém, no Ceará.

No discurso, Alexandre Silveira destacou que sua presença no evento – sua primeira viagem oficial à frente da pasta – reforça o compromisso não só do MME, mas do Governo Federal, com a transição energética no país.

“A agenda de transição energética terá absoluta prioridade na minha gestão à frente do ministério, pela importância deste tema para o desenvolvimento social, econômico e industrial do nosso país, e para a nossa contribuição internacional na redução das emissões de gases de efeito estufa no âmbito do acordo de Paris”, disse o ministro.

Silveira ressaltou ainda que quer transformar o Brasil em “um dos países mais competitivos na economia do hidrogênio”.

“Me entusiasma também ver o apetite para investimento em energias limpas de empresas aqui no Brasil. No MME, quero trabalhar em parceria com as empresas, o setor produtivo e os movimentos sociais para garantir o protagonismo do Brasil no desenvolvimento de mercados para tecnologias de baixo carbono”, ressaltou.

O CEO da EDP Brasil, João Marques da Cruz, afirmou que “o hidrogênio verde é o futuro”. “É o futuro em muitos países, mas seguramente é o futuro aqui no Brasil, no Nordeste e no Ceará. E nós provamos que esse futuro é possível”, completou.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, também participou do evento e destacou a presença do ministro e reforçou a importância do projeto.

A planta

A produção da primeira molécula de H2V ocorreu em 16 de dezembro de 2022, na unidade de São Gonçalo do Amarante, no Ceará. 

A produção da molécula é a primeira etapa estratégica do desenvolvimento do Projeto Piloto de H2V no Complexo Termelétrico do Pecém (UTE Pecém).

Na ocasião, segundo João Marques da Cruz, a região do Ceará foi escolhida por conta de dois pontos: características naturais e físicas e a localização do estado.

“Elegemos o complexo de Pecém para abrigar nossa primeira planta de hidrogênio verde no Brasil porque reconhecemos que o Ceará reúne características estratégicas para protagonizar o processo de introdução do hidrogênio verde no País, seja por seu excepcional potencial solar e eólico fundamental para a produção do gás , seja por sua localização e excelente oferta de infraestrutura para o escoamento desse produto ao mercado internacional”, afirmou o CEO da EDP Brasil.

A EDP Brasil possui seis unidades de geração hidrelétrica e uma termoelétrica, e atende cerca de 3,7 milhões de clientes pelas suas distribuidoras em São Paulo e no Espírito Santo.

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Hidrogênio verde

Em nota, o ministério informou que o hidrogênio verde tem grande potencial na transição energética e na busca pela neutralidade de carbono até 2050 no Brasil, alinhado ao compromisso climático do Brasil no Acordo de Paris. 

É uma ferramenta que pode ser utilizada por setores como siderúrgicas, cimenteiras, transporte pesado, aviação e indústrias de fertilizantes, que têm mais dificuldade de se descarbonizar pela eletrificação.  

“A tecnologia permite acelerar a oferta de energia limpa onde hoje os combustíveis fósseis ainda são necessários. Diversos países têm fomentado investimentos no hidrogênio de baixo carbono, e o Brasil tem um dos maiores potenciais de negócios nesta área”, diz o texto.

Virando a página

O ministro Alexandre Silveira, se reuniu, na última terça (17), com representantes do setor elétrico e autoridades policiais para definir medidas que visem parar ataques às torres de transmissão e punir os responsáveis.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), quatro torres de transmissão foram derrubadas até o momento. 

“Todo esse trabalho está sendo desenvolvido para que a gente possa virar a página desses ataques, que não se justificam, e poder continuar discutindo pautas importantes”, afirmou Silveira. 

As pautas destacadas pelo ministro de Minas e Energia são a modernização do sistema elétrico, a transição energética e modicidades tarifárias.