O deputado estadual Sinésio Campos (PT-AM) afirmou, ao Portal Norte, que a “BR-319 é necessária e urgente”, além de criticar a atuação ao longo dos anos do Ministério dos Transportes na discussão.

Nesta segunda-feira (16), o parlamentar conversou sobre a rodovia e também falou de eleições municipais e da luta pela exploração da silvinita no estado.

Em relação a BR, Sinésio diz que “é uma vergonha”, já que nenhum governo consegue resolver os impasses para a revitalização da rodovia.

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Mesmo sendo do PT, partido que governou o país anos atrás e atualmente, Sinésio não poupou críticas e acusou fortemente de ‘inação’ o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

“É uma vergonha, entra governo e sai governo e não resolvem a questão da BR-319. É o momento de dizer que temos poucas estradas, poucas BRs”, enfatizou. “Não é somente a questão ambiental, existe um ministério chamado Ministério dos Trasportes, que tem o DNIT, que até hoje não deu respostas. A falta de manutenção fez dessa estrada um descaso”, completou.

Questionado sobre as tratativas com a visita da ministra Marina Silva à Manaus, Sinésio afirmou que sua posição está clara.

A crítica ao Ministério dos Transportes também se estende ao chamar a pasta de “irresponsável”.

“Eu me posicionei de uma forma muito cristalina quanto a isso. Ela falou uma coisa que eu precisava ouvir, que não é somente a questão ambiental, existe sim um descaso do Ministério dos Transportes e também do Dnit. Esse ministério que é um irresponsável, eles nunca trataram isso com respeito”, falou. “O Dnit tinha que fazer o dever de casa e não fez”, finalizou.

O deputado estadual também afirma que não existe “impacto maior que o cidadão ter seu direito de ir e vir tolido”, fazendo referência a saliência que o debate traz somente para o impacto ambiental da BR-319.

Exploração de potássio

Como presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado reafirma sua posição quanto à exploração do potássio no estado, afirma que, acima de tudo, é uma oportunidade de geração de emprego.

“Nós queremos mais do que nunca que essa seja a segunda maior jazida de potássio do planeta, aqui no Amazonas. Ainda tem os gargalos, dentre eles a judicialização desse caso. É, acima de tudo, uma nova oportunidade de emprego e renda na exploração do potássio”, declarou.

Com o impacto da exploração sobre o povo indígena Muras, o parlamentar relembra que uma reunião foi realizada e que os próprios habitantes locais deixaram sua posição positiva para o debate.

“É uma área que tem um impacto nas populações tracionais, os Muras, mas que fizeram recentemente uma reunião e deixaram claro que eles são favoráveis à exploração desse minério, mas acima de tudo também que eles possam ter suas compensações”, afirmou.

No mês de setembro, o povo Mura, que vive no município de Autazes, encontrou o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), para apoiar a exploração do potássio na região.

Autazes detém uma das maiores jazidas de potássio do mundo.

A cidade possui reserva mineral de mais de 170 milhões de toneladas de cloreto de potássio. A produção tem potencial de expansão para 50% do consumo brasileiro até 2030.

Cerca de 95% do potássio produzido no mundo é utilizado para a produção de fertilizantes, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração.

Entretanto, mesmo que o Brasil seja um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, o país importa 85% dos seus fertilizantes utilizados na agricultura.

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Eleições 2024

O deputado Sinésio Campos salientou que, para as Eleições municipais de 2024, o Partido dos Trabalhadores (PT) terá uma candidatura própria, tanto em Manaus quanto em outros municípios do Amazonas.

Entretanto, não foram citados possíveis nomes. O parlamentar alega que é hora de “dialogar” sobre as candidaturas.

“O PT terá candidatura própria, é um momento de nos debruçarmos, dialogar. Até porque o PT sozinho não vai decidir a candidatura própria, já tem uma federação. São três partidos: PT, PV e PCdoB”, enfatizou.

Confira abaixo à íntegra da entrevista