A última apresentação da história do Skank agitou os fãs no Mineirão na noite deste domingo (26), em Minas Gerais.
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Treze anos após a gravação do DVD no antigo Mineirão – último evento, aliás, antes do fechamento do estádio para as reformas para a Copa do Mundo, o quarteto Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti retornou ao Gigante da Pampulha para se despedir dos fãs.
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A última apresentação da turnê de encerramento da carreira do Skank foi repleta de sucessos.
Veja:
Skunk
Em 1983, Samuel Rosa e Henrique Portugal começaram a tocar em uma banda de reggae chamada Pouso Alto do Reggae, junto com os irmãos Dinho Mourão (bateria) e Alexandre Mourão (baixo).
Em 1991, o Pouso Alto do Reggae conseguiu um show na casa de concertos AeroAnta, em São Paulo, mas como os irmãos Mourão não estavam em Belo Horizonte, o baixista Lelo Zaneti e o baterista Haroldo Ferretti foram chamados para o show.
Antes da apresentação, o grupo mudou seu nome para Skank, inspirado na música de Bob Marley, “Easy Skanking” (“skank é um tipo de dança no ska ou uma técnica de guitarra usada em ska, rocksteady e reggae e “skunk” é o nome de uma variação da cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha).
A banda fez sua estreia em 5 de junho de 1991, e devido à final do Campeonato Brasileiro no mesmo dia, o público pagante foi de 37 pessoas.
Entre os presentes, estavam André Jung e Charles Gavin, ex-bateristas das bandas Ira! e Titãs, respectivamente.
Após o show, a banda gostou da performance e resolveu continuar junta.
Começou a tocar regularmente na churrascaria belo-horizontina Mister Beef, bem como as casas noturnas Janis, Maxaluna e L’Apogée.
A proposta musical era transportar o clima do dancehall jamaicano para a tradição pop brasileira.
A banda lançou seu primeiro álbum em 1992, o homônimo Skank.
Apesar dos membros não terem aparelhos de CD em casa, fizeram no formato CD, segundo o baterista Haroldo Ferreti, “para chamar a atenção dos jornalistas, das rádios e talvez de uma gravadora. Era uma aposta na qualidade, na inovação.”
O destaque da banda na cena underground despertou o interesse da gravadora Sony Music, que inaugurou o selo Chaos no Brasil, junto ao Skank, e relançou o álbum em abril de 1993.[9]
Sucesso nacional
Em 1994, é lançado o segundo álbum, Calango, que vendeu mais de 1 milhão de cópias e músicas como “Jackie Tequila” e “Te Ver” tornaram-se hits cantados por todo o país.
Em 1996, é lançado o terceiro álbum, O Samba Poconé, que levou o grupo a se apresentar na França, Estados Unidos, Chile, Argentina, Suíça, Portugal, Espanha, Itália e Alemanha, em shows próprios ou em festivais ao lado de bandas como Echo & The Bunnymen, Black Sabbath e Rage Against The Machine.
O single “Garota Nacional” foi sucesso no Brasil e liderou a parada espanhola (na versão original) por três meses.
A canção foi o único exemplar da música brasileira a integrar a caixa Soundtrack for a Century, lançada para comemorar os 100 anos da gravadora Sony Music.
Os discos da banda ganharam edições norte-americanas, italianas, japonesas, francesas e em diversos países ao redor do mundo.
Enquanto O Samba Poconé chegava a quase 2 milhões de cópias vendidas no Brasil, o Skank foi convidado a representar o Brasil em Allez! Ola! Olé!, disco oficial da Copa do Mundo de Futebol de 1998.
Nos próximos álbuns, a música da banda passou a equalizar as origens eletrônicas com novas influências acústicas e psicodélicas, reveladas nos álbuns Siderado, lançado em 1998, e Maquinarama, lançado em 2000.
Fãs
Entre o público na pista, fãs de longa data da banda.”Minha mãe me criou ouvindo Skank. Desde quando eu era pequena, ela fazia as coisas de casa escutando Skank, o que me fez desenvolver grande apreço”, disse Clara Bonaparte, de 23 anos.
“A gente ficou bem ansiosa, porque eu comprei o ingresso em dezembro de 2022 e aí a gente está desde dezembro esperando o show de hoje. E ele representa uma união entre mãe e filha. Porque a música nos une”, afirma.
“Eu sou apaixonada pelo Skank tem 30 anos. Eu conheci o Skank em casa de show na Savassi e lá eu conheci o meu marido, era um lugar pequenininho, em frente ao antigo Colégio Roma”, conta a mãe de Clara, Fernanda Bonaparte, de 49 anos.
Fim
Em 2019, a banda anunciou que encerraria suas atividades, sem previsão de volta.
Uma turnê de despedida seria realizada em 2020, mas teve de ser adiada devido à pandemia de COVID-19.
No dia 26 de março de 2023 foi realizado o último show da Banda, no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.