Representantes das comunidades Quilombolas de todo Brasil se reuniram, nesta quinta-feira (16), no Aquilombar 2024. Sobre o evento, esta já é a segunda edição da marcha de várias comunidades Quilombolas do país em prol de direitos.

Durante o evento, a equipe do Portal Norte conversou com vários representantes de comunidades Quilombolas do Norte. Entre eles, estava a coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas, Érica Monteiro.

Ao falar sobre suas expectativas em relação ao evento, Érica disse que espera que o Aquilombar seja de grande representatividade para as comunidades “trazendo rosto e voz para o país e dizer que o Brasil também é Quilombola”.

Comunidades Invisibilizadas

Atualmente, muitas comunidades Quilombolas ao redor do país sofrem ao tentarem reivindicar direitos à políticas públicas que os protejam. Sobre isso, a coordenadora da CONAQ afirma que o tratamento negligente do governo faz com que os Quilombolas sejam invisibilisados.

“Dizer que o Brasil é Quilombola é importante, mas mais do que isso é dizer que o acesso a políticas públicas também é de direito dos Quilombolas, pois hoje nós somos um público invisibilizado”, disse Érica Monteiro.

Tratamento Preconceituoso

Além da falta de reconhecimento, o tratamento preconceituoso por parte do governo também é um grande incômodo das comunidades Quilombolas. Segundo Érica, a marcação de agendas muitas vezes é dificultada pelo governo, o que é prejudicial para as comunidades que reivindicam direitos.

Entretanto, os recentes acontecimentos no Rio Grande do Sul fez com que muitos parlamentares e representantes do governo focassem numa só causa. Diante disso, a Quilombola disse que esperava que houvesse atenção do governo também voltado para o Aquilombar.

“Eu sou super solidária ao que está acontecendo no Rio Grande do Sul, mas um evento tão importante como esse, nós tínhamos a expectativa de que o nosso presidente Lula estivesse presente. Mesmo com os acontecimentos no Sul, esperávamos que outros ministros estivessem presentes aqui ouvindo as nossas reivindicações”, afirmou a coordenadora da CONAQ.