O Supremo Tribunal Federal (STF) teve, em 132 anos de história, 171 ministros no total. Entre todos eles, apenas três eram mulheres e nenhuma delas era negra.

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A instalação do Supremo ocorreu em fevereiro de 1891, no início do período republicano brasileiro.

Ao longo do século XX, as composições do tribunal foram dominadas por homens.

A discussão ganhou espaço nos últimos dias porque a atual presidente do STF, Rosa Weber, vai se aposentar nas próximas semanas, quando chega aos 75 anos, limite para o servidor público permanecer na ativa.

Se o sucessor de Weber for um homem, o STF passará a ter 10 ministros e apenas uma ministra — Cármen Lúcia.

O presidente Lula (PT) vem sendo pressionado por setores do Judiciário, da política e da sociedade a indicar uma ministra mulher.

Mulheres no STF

As ministras que estão em atividade no tribunal não deixam de apontar, em diversas ocasiões, a baixa representatividade feminina nos espaços de poder.

Em março deste ano, em um evento sobre o Dia Internacional da Mulher, a presidente do STF, ministra Rosa Weber afirmou que a sub-representação feminina no poder é um “déficit para a democracia”.

“É preciso que se diga que o déficit de representatividade feminina significa um déficit para a própria democracia brasileira. Reverter essas disparidades históricas de representação é imperativo que nos desafia a todos. Homens e mulheres, partidos políticos. Sociedade civil e instituições do estado”, afirmou Rosa Weber, na ocasião.

A ministra Cármen Lúcia também falou a respeito do tema em entrevista à GloboNews, na véspera do Dia Internacional da Mulher.

Segundo ela, quanto à igualdade de gênero, o Judiciário ainda é “impermeável”.

“É preciso que nós mulheres estejamos em movimento permanente. Não é só o movimento de mulheres, é mulheres em movimento. É este movimento que faz com que os homens também percebam que é realmente algo sofrível para uma mulher quando você é destratada, desvalorizada pela sua condição de mulher”, disse.

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Lúcia afirmou ainda que isso mostra bem que a comunidade jurídica, em geral, continua sendo “muito impermeável ou dificilmente permeável para a igualdade”, destacou.

O papel do STF é estratégico dentro da organização do país.

Isso porque cabe ao tribunal a guarda da Constituição, ou seja, a preservação de seus princípios e diretrizes, além garantir a implementação de direitos fundamentais da população.