O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 10, a inclusão da trombectomia nos procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Somente no mês de julho de 2022, o AVC matou 8.758 brasileiros, o equivalente a 11 óbitos por hora.

Altamente especializado e usado na fase aguda do AVC, o tratamento consiste na inserção de um cateter no vaso sanguíneo do paciente para remover o bloqueio e restaurar o fluxo sanguíneo para a área afetada.

A tecnologia deve estar completamente implantada até o final do ano.

O anúncio foi feito na abertura do Global Stroke Alliance – for Stroke without Frontiers, um congresso médico destinado a debater o Acidente Vascular Cerebral (AVC), em São Paulo.

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Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a logística da trombectomia é complexa, mas já há experiência nacional para realizar esse procedimento.

Antes de ser aprovada para inserção no SUS, a tecnologia foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).

A portaria foi publicada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), faltando concluir a terceira fase que é a disponibilização dos hospitais especializados.

Conforme o ministro, o Brasil conta com 88 centros que realizam o tratamento especializado no AVC, mas não são todos esses que terão essa tecnologia em um primeiro momento.

O ministro explicou que o critério de escolha dos locais onde a tecnologia será implantada serão os indicadores de cada um dos hospitais.

Serão levados em consideração dados de mortalidade por AVC, tempo de internação no hospital, reinternações, pacientes que são tratados com trombolíticos e a experiência dos médicos.

As doenças cardiovasculares são a primeira causa de morte no mundo, atingindo 18 milhões de pessoas por ano.

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Terapia

Até esta incorporação, a única terapia clínica disponível na rede pública era a trombólise, opção nem sempre eficiente para os casos mais graves.

Enquanto isso, quatro hospitais públicos no Brasil, em São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina e Ceará, já oferecem a trombectomia, mas, nesses casos, o tratamento é custeado pelo próprio hospital ou pela secretaria estadual de Saúde.

O tratamento custa de R$ 15 mil a R$ 20 mil.

Sobre o AVC

O AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea.

É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo.

Há dois tipos de AVC, que ocorrem por motivos diferentes: AVC hemorrágico (causa mais mortes) e AVC isquêmico (mais comum com 85% do casos).

Alerta

Somente no mês de julho de 2022, o AVC matou 8.758 brasileiros, o equivalente a 11 óbitos por hora, segundo dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil.

No primeiro semestre deste ano, foram 56.320 mortes, número acima das vítimas de infarto (52.665) e covid-19 (48.865).

Sintomas

Os principais sinais de alerta para o AVC são fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.

Fatores de risco

Os fatores que aumentam o risco de AVC são a hipertensão, o diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso; obesidade; tabagismo; uso excessivo de álcool; idade avançada; sedentarismo; uso de drogas ilícitas; histórico familiar; ser do sexo masculino.

Para prevenir, o ideal é manter uma vida saudável, sem fumar, consumir álcool ou drogas ilícitas, além de manter alimentação equilibrada, peso ideal, beber bastante água, praticar atividades físicas regularmente e manter a pressão e a glicose sob controle.