Durante décadas, a Indonésia exigiu que as mulheres que queriam entrar para as Forças Armadas fizessem um ‘teste de virgindade’ que consistia em um exame feito pelo médico, com a inserção de dois dedos na vagina, para verificar se o hímen estava intacto.
Mulheres que eram “reprovadas” no exame perdiam a vaga e podiam dar adeus a uma possível carreira militar.
Em alguns casos, a exigência se estendia até mesmo às noivas de policiais militares, que precisavam passar pelo mesmo processo antes de se casar.
Neste mês o Exército anunciou que vai mudar as regras e a partir de agora as candidatas serão avaliadas apenas quanto a sua capacidade e aptidão para o treinamento físico.
Não está claro se a mudança vai valer só para o Exército ou também para as outras Forças Armadas do país.
O que era o teste de virgindade?
O teste fazia parte de uma análise médica mais ampla a que todos os candidatos são submetidos, para verificar o estado de saúde do recruta.
Porém o exame ginecológico era apenas para mulheres, os homens não precisavam passar por uma análise de suas partes íntimas.
A prática é algo que há anos organizações de direitos humanos denunciam como abusiva e discriminatória.
“Um ‘teste de virgindade’ é uma forma de violência de gênero e é uma prática amplamente desacreditada”, afirma Andreas Hasorno, pesquisador da organização Human Rights Watch, dedicada à defesa dos direitos humanos, na Indonésia.
“O teste ginecológico inclui a prática invasiva de inserir dois dedos na vagina para provavelmente avaliar se a mulher já fez sexo antes”, diz ele.
Muitas mulheres que deram depoimento à Human Rights Watch afirmaram que o procedimento ao qual foram submetidas era doloroso.