A tradução para o inglês do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas,” de Machado de Assis, alcançou o primeiro lugar nas vendas de literatura latino-americana e caribenha na Amazon.
Em segundo lugar no ranking está “Amor nos Tempos do Cólera,” do colombiano Gabriel García Márquez. Curiosamente, o terceiro lugar é de “O Idiota,” do russo Fiodor Dostoiévski, erroneamente classificado como literatura latino-americana.
O sucesso de vendas de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” é parcialmente por conta da resenha viral da influenciadora norte-americana Courtney Henning Novak, no TikTok.
Novak elogiou o livro, afirmando: “Eu absolutamente amei Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Seriamente, este é provavelmente meu novo livro favorito. Eu vou definitivamente ler mais livros desse autor e mais literatura brasileira”.
Maior escritor brasileiro?
Machado de Assis é possivelmente o maior escritor brasileiro. Isto é o que argumenta Andréa Sirihal Werkema, professora de literatura brasileira do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
“Machado de Assis é um escritor do século 19, com uma perspectiva oitocentista. Noventa por cento dos seus escritos são baseados na realidade nacional de sua época. Ele era um grande conhecedor do Brasil durante os anos em que viveu, além de ser um intelectual e erudito, atento a tudo o que acontecia no país naquele momento”.
@courtneyhenningnovak I absolutely LOVED the Posthumous Memoirs of Bras Cubas by Machado de Assis, my pick for Brazil. Seriously, this might be my new favorite book. I will definitely be reading more books by this author and more Brazilian literature. #readaroundtheworld #booktok ♬ original sound – Courtney Henning Novak
Andréa destaca que Courtney Henning Novak não é a primeira leitora em língua inglesa a se impressionar com “Memórias Póstumas.” Ela enfatiza que a tradução lida pela influenciadora recebeu muitos elogios.
“Machado de Assis é um escritor que transforma nossa visão da literatura. Ele deveria ser mais conhecido, mas enfrentamos a barreira da língua. Não temos outro autor tão universal quanto Machado, pelos temas que ele aborda e pela sua capacidade de mobilizar um vasto patrimônio literário com referências a inúmeros outros autores. Ele permanece relevante e fresco. Machado é um escritor negro em um país que escravizava pessoas negras, e, apesar disso, conseguiu se tornar nosso grande representante literário, surpreendendo leitores até hoje,” conclui Andréa.