“Então foram todos esses desafios e foi uma luta assim de quase um mês muito exaustiva, mas no final a gente conseguiu e hoje ela está com um ano e três meses mamando”.

Esse é o relato da Marilia Zeczkowski Klaus, que retrata a realidade de muitas mães que também tem dificuldade na hora de amamentar, mas não desistem por saber a importância para a saúde do bebê.

E a campanha Agosto Dourado, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO), vem reforçar justamente essa importância. O objetivo é estimular e conscientizar sobre o aleitamento materno.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o leite materno pode diminuir em até 13% a morte de crianças menores de cinco anos em todo mundo e por causas previsíveis.

A Marília amamenta sua filha há um ano e três meses, mas relata que o começo não foi fácil, já que a bebê não mamou nas primeiras horas e logo no primeiro dia de vida, precisou passar por uma frenectomia. O procedimento serve para remover o freio lingual.

“E aí começou nossa luta, eu saí do hospital já para o Banco de Leite, porque já tinha descido todo o leite, peito estava muito inchado, muito dolorido. Por mais que a gente estude antes, quando chega na pratica o negócio é diferente. Então lá a enfermeira maravilhosa ajudou a gente com a pega, esvaziou o peito e a gente foi para casa tentando dar o leite. Só que ela não firmava no peito, pegava e largava”, relatou a mãe.

“Eu quase desisti”

Além disso, Marília conta que esse não foi o único desafio. Ela e o marido ainda tentaram a técnica da sonda no dedo, depois com auxílio de uma fonoaudióloga tentaram a sonda direito no bico do peito, mas ainda assim, a filha ainda não tinha aprendido a mamar. Foi nesse momento que a professora universitária pensou em desistir.

“Aquilo me doía muito porque eu sentia que estava falhando com a minha filha. A gente sabe que o aleitamento materno é a melhor coisa para o bebe diante das fórmulas e eu era a mãe que não estava conseguindo dar o melhor para minha filha. Mas me questionei se iria doer mais desistir e me arrepender”, lamentou Marília.

Mas a professora relatou que depois de muita luta, após algumas horas de descanso com o auxílio do marido, conseguiu amamentar sua filha pela primeira vez e segue com a amamentação até hoje.

Marília reforçou ainda a importância que enxerga na campanha Agosto Dourado. “Pra mim a principal importância do Agosto Dourado é colocar esse tema em foco. Acho que principalmente as futuras mamães saem um pouco desse encantamento que a amamentação é linda, tudo são flores e não é. O começo pode ser bem doloroso, não pra todas, mas algumas tem as suas dificuldades, mas vale a persistência pelo benefício dos nossos filhos. E depois que está vencido, que consegue amamentar, é maravilhoso”, declarou Marília Zeczkowski Klaus.

Banco de Leite e o Agosto Dourado

No Brasil existem 225 Bancos de Leite Humano em todos os estados. Só no Tocantins são três bancos, além de dois Pontos de Coleta de Leite Humano e um Centro de Referência para Bancos de Leite Humano.

De acordo com a SES-TO, só em 2024, entre os meses de janeiro e junho, o Estado já realizou 8.172 atendimentos em grupo, além de mais de mil atendimentos individuais e visitas domiciliares.

 “O leite materno é o alimento mais importante para um bebê, contém tudo que ele precisa, por isso que é o Agosto Dourado, porque para um bebê é como se fosse ouro, é o alimento mais importante para ele. Além de alimentar, ele protege o bebê de muitas doenças, pois é rico em anticorpos, é a primeira vacina que o bebê recebe. É feito nas quantidades que ele precisa, nem mais nem menos. Sem contar que o bebê que mama no peito, ele tem um vínculo muito forte com a família”, explicou a nutricionista e coordenadora do Banco de Leite Humano do HMDR, Walkíria Pinheiro.

Com relação a doações, 1.131 mulheres doaram leite nesse período, foram 954 receptores, 1.475,3 litros de leite humano coletado e 1.018,1 litros de leite humano distribuídos.

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