A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu, na última sexta-feira, a manipulação, comercialização, propaganda e uso dos implantes hormonais conhecidos como “chip da beleza“. A medida foi tomada após denúncias de entidades médicas.
O dispositivo é um implante hormonal usado para fins estéticos e também no tratamento de sintomas relacionados à menstruação e menopausa. No entanto, o Conselho Federal de Medicina já havia restringido seu uso devido aos riscos à saúde.
O uso do chip ganhou popularidade por conta de relatos de perda de peso e fortalecimento muscular, mas sua segurança é amplamente questionada. A crescente adoção indevida do implante gerou preocupações entre médicos e especialistas.
O que é o “chip da beleza”?
O dispositivo contém gestrinona, um hormônio sintético desenvolvido pelo Dr. Elsimar Coutinho, famoso ginecologista brasileiro. Originalmente, ele foi criado para controlar doenças ligadas ao ciclo menstrual e como método contraceptivo.
O chip é composto por pequenos tubos de silicone que são implantados no glúteo. Após a inserção, ele libera continuamente hormônios na corrente sanguínea por um período de 6 meses a 1 ano, dependendo do organismo da paciente.
Como o chip age no corpo?
A gestrinona, presente no implante, interage com proteínas em células específicas, estimulando a produção de hormônios masculinos, como a testosterona. Isso favorece o aumento de massa muscular e a queima de gordura.
Embora as pacientes relatem melhora física e redução de medidas, os efeitos adversos a longo prazo são motivo de alerta.
Efeitos colaterais e riscos
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o uso do “chip da beleza” pode provocar uma série de efeitos colaterais, incluindo:
- Acne;
- Aumento da oleosidade da pele;
- Queda de cabelo;
- Aumento de pelos;
- Mudanças no timbre da voz;
- Crescimento do clitóris.
A SBEM também enfatiza que não existem estudos conclusivos que comprovem a segurança e eficácia desse implante, nem mesmo para tratar doenças hormonais. A entidade alerta que o uso indevido pode acarretar sérios danos à saúde, o que motivou a proibição pela ANVISA.
Com informações de Unicardio.