No início do mês de março de 2021, um pirarucu, peixe natural da Amazônia, foi encontrado morto no Parque Jaycee de Cape Coral, às margens do rio Caloosahatchee, no oeste da Flórida, nos EUA.

Um ano depois, o ecologista aquático da Nicholls State University em Louisiana, Solomon David, afirmou em entrevista ao Portal Norte que desde lá nenhum outro pirarucu foi encontrado em águas estadunidenses.

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Em um artigo no Live Science, Solomon diz que a situação envolvia um animal de estimação exótico que pertencia a um aquário particular de uma pessoa e que ficou grande demais para seu tanque.

O peixe foi solto ilegalmente na natureza ou morreu em cativeiro, ou foi jogado no rio.

“Foi apurado que o pirarucu era de um aquário. Que eu saiba, nenhum outro pirarucu foi encontrado desde aquele dia”, disse Solomon David.

Na época, o peixe foi encontrado em decomposição às margens do rio Caloosahatchee. A confirmação de que era um pirarucu veio da Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida ao Sun Sentinel.

Tranporte ilegal ao exterior

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o pirarucu está inserido no Anexo II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (Cites). Portanto, a exportação da espécie depende da emissão da Licença Cites, pelo Ibama, que exige comprovação de origem a partir de plano de manejo reconhecido e aprovado, seguindo as regras expressas na legislação.

O controle de pesca e exportação de espécies de peixes amazônicos pelo Ibama é exercido em diversos elos da cadeia produtiva.

São realizadas ações fiscalizatórias tanto em ambientes naturais, onde ocorre a captura ilegal dos animais, quanto nas indústrias, para verificação da legalidade da origem do estoque de empresas.

Além disso, existe o controle de saída de cargas contendo espécies da biodiversidade brasileira em todos os ambientes alfandegários, como portos ou aeroportos.

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Habitat diferente

Segundo a Dra. Lígia Uribe, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o pirarucu é criado em diversos países no mundo.

“Última vez que vi o relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o peixe era criado na China, Cuba, México, Filipinas, Singapura e Tailândia”, disse.

Reprodução

O Pirarucu vive em lagos e rios afluentes, de águas claras, com temperaturas que variam de 24° a 37°C. O peixe não é encontrado em lugares com fortes correntezas ou em águas com sedimentos.

É um animal onívoro, pois se alimenta de seres animais e vegetais. Na alimentação do peixe, podemos encontrar frutas, vermes, insetos, moluscos, crustáceos, peixes, anfíbios, répteis e até mesmo aves aquáticas.

Durante a seca, os peixes formam casais. Nesse período, o pirarucu macho aumenta a intensidade da coloração avermelhada nos flancos. Antes da fêmea depositar os ovos no leito do rio, o macho faz a limpeza da área e arranca com as mandíbulas raízes e galhos presentes no local escolhido.

Em seguida cava uma poça circular, onde a fêmea inicia a desova, para que seu companheiro possa fecundar os ovos.

Durante a incubação, a fêmea permanece mais próxima do ninho, enquanto o macho nada nas redondezas para intimidar predadores que possam trazer perigo aos ovos. Os ovos eclodem após oito a 10 dias.

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