Na denúncia feita pela Procuradoria Geral da União (PGR) e enviada ao Superior Tribunal Federal (STF), são reveladas mensagens trocadas pelos integrantes da cúpula da PMDF, presos pela PF na manhã desta sexta-feira (18). Os oficiais são acusados de omissão nos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro.
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Mensagens
“Na hora que der o resultado das eleições que o Lula ganhou, vai ser colocado em prática o art. 142, viu? Vai ser restabelecida a ordem, se afasta Xandão, se afasta esses vagabundo tudinho e ladrão, safado, dessa quadrilha… Aí vocês vão ver o que é por ordem no país. Não admito que o Brasil vai deixar um vagabundo, marginal, criminoso e bandido, como o Lula, voltar ao poder”.
“O povo vai pras rua, que ninguém vai aceitar o Lula ser… Ganhar a Presidência, porque não tem sentido, o povo vai pedir a intervenção e, aí, meu amigo, eles vão nos livrar do comunismo novamente”.
“Na 1ª manifestação é só deixar invadir o Congresso”, afirma o major Flávio.
O relatório da denúncia possui 196 páginas e destaca provas que mostram que os oficiais tinham noção sobre o que podia acontecer com os manifestantes que estavam acampados no QG do Exército.
Segundo a PGR, os oficiais “acompanharam a chegada de uma centena de ônibus repletos de insurgentes à capital federal; monitoraram ativamente as redes sociais; trocaram alertas de inteligência e obtiveram informações de agentes policiais que, infiltrados nos locais de concentração da turba, informaram-lhes, com dias de antecedência, sobre os atos preparatórios para invasões às sedes dos Três Poderes e sobre as intenções golpistas do movimento”.
Veja o nome dos 7 oficiais:
- Coronel Fábio Augusto Vieira (comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal à época dos fatos)
- Coronel Klepter Rosa Gonçalves (subcomandante-geral)
- Coronel Jorge Eduardo Barreto Naime
- Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra
- Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos
- Major Flávio Silvestre de Alencar
- Tenente Rafael Pereira Martins são acusados de omissão
Segundo a PGR, os oficiais também são acusados de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência; além de grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado.
Confira o documento na íntegra.
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