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CPI: ‘não somos uma pirâmide, somos uma agência de viagem online’, diz sócio da 123 Milhas

Tomada de depoimento. Sócio e Administrador da 123Milhas - 123 Millhas, Ramiro Júlio Soares Madureira. Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O sócio da 123 Milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira, prestou depoimento, nesta quarta-feira (6), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras para prestar esclarecimentos.

“Importante dizer que não somos uma pirâmide, somos uma agência de viagem online, que vende pacotes, passagens, hotéis e que nos últimos anos embarcou mais de 18 milhões de passageiros”.

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No início da oitiva, Ramiro pediu desculpas a todos os clientes, ex-colaboradores, parceiros e funcionários pelos transtornos causados pela empresa e disse que vai honrar todos os compromissos com os credores, através da justiça. Segundo ele, está  buscando soluções junto ao Ministério do Turismo, entidades do Governo, sociedade civil e demais órgãos.

Aos parlamentares presentes na Comissão, se desculpou pelo não comparecimento na sessão do dia 29 de agosto, o qual foi convocado e pediu, também, apoio do parlamento.

Ramiro falou que a empresa, que está em processo de recuperação judicial, irá sanar as pendências de todos os clientes e está sendo formulado com o Ministério Público (MP) e demais órgãos. A Justiça deferiu o processamento do pedido de recuperação judicial da 123 Milhas, feito também pela HotMilhas e pela Novum Investimentos, na terça-feira (29).

Ele disse que a 123 Milhas já atendeu mais de 18 milhões de clientes e que a intenção sempre foi ofertar passagens abaixo do custo do mercado nacional através de negociações de melhor preço. De acordo com ele, o intuito era fazer a intermediação de pessoas que não queriam utilizar as milhas com pessoas que queriam viajar.  “Milhas são uma forma de comprar passagem”, concluiu.

Segundo o sócio, a empresa teve que suspender a emissão de passagens aéreas da linha promocional, iniciada em abril de 2022, pois os preços das passagens não se comportaram conforme o previsto. Ele afirmou também que o produto dependia de um fluxo de novas compras no site, que teria sido menor que o esperado.

“Acreditávamos que o custo do ‘promo’ diminuiria com o tempo, à medida que ganhávamos eficiência na tecnologia de sua operação e que o mercado de aviação fosse se recuperando dos efeitos da pandemia. Uma tendência que projetamos à época e que se revelou precisamente o oposto”, declarou.

“Ao contrário do que prevíamos, o mercado tem se comportado permanentemente como se estivesse em alta temporada. E isso abalou os fundamentos não só do ‘promo’ quanto de toda a 123 milhas.”

A empresa suspendeu a venda de passagens e pacotes da linha promocional em 18 de agosto e disse que compensaria os clientes com vouchers. Com a reação negativa de consumidores e autoridades públicas – além de movimentos de antecipação de créditos por parte de bancos e outros financiadores – a empresa, segundo Ramiro, resolveu pedir a recuperação judicial para manter o negócio.

A audiência ouviu 10 pessoas em seis blocos durante quase 16 horas.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

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