Duas crianças e um adolescente yanomami foram amarrados a troncos de árvores e ameaçados por garimpeiros dentro da reserva, de acordo com indígenas.
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No meio da mata, na Terra Yanomami, enquanto grava, o homem grita: “Tira o cartucho, tira o cartucho, traz o celular, traz o celular. Cadê o celular? Pode amarrar. Vá buscar os cartuchos da espingarda”.
Já em outro momento, os três indígenas estão amarrados a postes de madeira.
Os vídeos teriam sido gravados na tarde de terça-feira (19) pelos próprios garimpeiros em território indígena Yanomami na região de Surucucu.
Em um trecho da gravação, os invasores acusam os yanomami de terem furtado celulares. Na tentativa de recuperarem os objetos, os garimpeiros os amarraram e ameaçaram.
As imagens dos indígenas amarrados, foram entregues ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal (PF), à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pela Hutukara Associação Yanomami (HAY).
O ofício enviado às autoridades afirma que não foi possível apurar como terminou o episódio, mas que a gravidade do caso exige uma resposta rápida das forças de segurança.
“Uma violência brutal na região do Hakoma que aconteceu isso, e as crianças estão correndo risco nessa região. E os garimpeiros amarraram as crianças. Isso a gente recebeu. Por isso, nós estamos preocupados. As autoridades – como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Funai, o Exército e o Ministério Público -, queremos apuração urgente nessa violência grave que está acontecendo na Terra Yanomami”, afirmou Dario Kopenawa, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami.
Alvo há décadas de garimpeiros ilegais, o maior território indígena do Brasil enfrentou nos últimos anos o avanço desenfreado da atividade ilegal no território. Em 2022, a devastação aumentou a 54% em relação ao ano anterior – cenário que tem mudado com as ações deflagradas desde janeiro desde 2023.
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Indígenas da região de Hakoma
As crianças pertenceriam a região de Hakoma, que é uma região perto do município de Alto Alegre, onde há um dos maiores índices de garimpo ilegal do país.
“As crianças estão correndo risco nessa região onde os garimpeiros as amarraram… A violência grave está acontecendo na Terra Yanomami”, afirmou o vice-presidente da HAY, à Rede Amazônica, da Globo.
Os garimpeiros ocupam 215 hectares do território indígena em questão, de acordo com dados do Ministério da Defesa. As informações são do portal G1.