O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira (2) que apoia a decisão do governo federal em continuar com o objetivo de cumprir a meta fiscal que foi estabelecida no novo arcabouço fiscal.  

“Temos apoiado bastante o governo no sentido de persistir na meta fiscal, é muito importante persistir”, disse Campos Neto durante evento da Abracam (Associação Brasileira de Câmbio).  

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Segundo o presidente do BC, é importante o país “ter um arcabouço fiscal, no qual o mercado acredite que vai gerar uma situação fiscal mais equilibrada à frente”.  

A fala de Campos Neto ocorre após a primeira reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na última quarta-feira (27) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participou do encontro.  

O objetivo do governo Lula é zerar o déficit primário em 2024, mas é preciso o aumento de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) projetado na arrecadação, de acordo com dados do BC.  

“Precisamos observar esses projetos que estão no Congresso. Eles precisam passar porque vão trazer uma arrecadação adicional. No final das contas, o que estamos olhando, no médio e no longo prazo, é a estabilidade na base da trajetória de dívida, e isso é muito importante persistir”, disse Campos Neto. 

Além disso, o presidente do BC reconhece que “é difícil cortar gasto de forma estrutural no Brasil […] é importante entendermos essa dificuldade”. 

Riscos externos  

Durante o evento, Campos Neto também falou sobre os riscos internacionais à economia, ele destacou a crise fiscal dos Estados Unidos e a Crise imobiliária da China.  

“É muito difícil a gente entender o que está acontecendo na China no detalhe. O que a gente percebe, em relação à linha de tendência da pandemia, é um dos países que não conseguiu se recuperar em quase nenhum setor”, informou o presidente do BC.   

Em 2021, a China passou por uma crise após a incorporadora Evergrande deixar de arcar com suas obrigações. Até então, o setor imobiliário era o motor do crescimento chinês. 

Segundo Campos Neto, o impacto da crise sobre o consumo chinês pode ser ainda maior visto que 70% das riquezas das famílias do país estão investidas no setor. 

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