A operação que investigou o uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis, sem autorização judicial, que era utilizados por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apontou o uso da ferramenta durante as eleições.

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Segundo a TV Globo, os envolvidos no esquema espionavam e rastreavam celulares de quem frequentava o Supremo Tribunal Federal. Foram identificados 33 mil acessos de localização de celulares.

Nota Oficial

A ABIN publicou uma nota na manhã desta sexta-feira(20).

“Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) informa que, em 23 de fevereiro de 2023, a Corregedoria-Geral da ABIN concluiu Correição Extraordinária para verificar a regularidade do uso de sistema de geolocalização adquirido pelo órgão em dezembro de 2018.

A partir das conclusões dessa correição, foi instaurada sindicância investigativa em 21 de março de 2023. Desde então, as informações apuradas nessa sindicância interna vêm sendo repassadas pela ABIN para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal.

Todas as requisições da Policia Federal e do Supremo Tribunal Federal foram integralmete atendidas pela ABIN. A Agência colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações.

A ABIN vem cumprindo as decisões judiciais, incluindo as expedidas na manhã desta sexta-feira (20). Foram afastados cautelarmente os servidores investigados.

A Agência reitera que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021. A atual gestão e os servidores da ABIN reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito.”

Operação

Na operação Operação Última Milha, dois servidores da Abin foram presos e são do Distrito Federal (DF). Rodrigo Colli é profissional da área de contrainteligência cibernética e Eduardo Arthur Izyck é oficial de inteligência.

De acordo com informações da PF, as investigações indicam que o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um “software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”, durante a gestão de Jair Bolsonaro.

Segundo a PF, os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo alheio, organização criminosa e interceptação sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

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