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Exército não deu explicações sobre uso de software espião investigado pela PF

O exército comprou softwares de inteligência com dinheiro do GIF, mas não quis dar explicações sobre o motivo de ter adquirido os programas -Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva -Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O exército comprou softwares de inteligência com dinheiro do Gabinete da Intervenção Federal no Rio de Janeiro (GIF), mas não quis dar explicações sobre o motivo de ter adquirido os programas.

O First Mile, foi um dos softwares adquiridos pela Força, esse aplicativo consegue indicar a geolocalização de celulares, por isso a Polícia Federal investiga a suposta utilização ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) através da operação Última Milha.

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O Exército foi questionado duas vezes pela Folha, a primeira aconteceu antes da PF fazer buscas, prender oficiais e afastar servidores da Abin, entre eles o secretário de planejamento de gestão, Paulo Maurício Fortunato.

Nessa ocasião, que ocorreu na última quinta-feira (19) foi questionado quais ferramentas de inteligência foi recebido por meio da Intervenção do Rio, mas não houve resposta.

Na sexta-feira (20), após a PF expor o uso ilegal de softwares de inteligência, o Exército foi novamente procurado. Dessa vez, questionado especificamente se havia comprado o First Mile, e sobre seu uso.

“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que, em função de previsão legal (Lei n.º 12.527 de 18 de novembro de 2011, em seu artigo 23, incisos V e VIII) não poderá atender à solicitação apresentada”, respondeu.

A previsão legal citada na manifestação é referente à Lei de Acesso à Informação, aprovada em 2011 para regulamentar o direito constitucional de acesso a informações públicas.

Mesmo os militares se negando a fornecer informações sobre o software, o Gabinete de Intervenção no Rio de Janeiro confirmou por meio de nota, enviada na última quarta (18), a compra das ferramentas e repasse às Forças Armadas.

“Nesse contexto, viaturas blindadas de uso militar e softwares de inteligência ficaram sob a propriedade das Forças Armadas, mas com a possibilidade de utilização em prol dos órgãos de segurança pública do Rio de Janeiro mediante necessidade e acordo com a União, caso fosse de interesse do governo do estado do Rio de Janeiro”, disse.

O Gabinete da Intervenção comprou o sistema da empresa Verint Systems, grupo israelense que tinha a fabricante do First Mile sob seu domínio.

Ainda de acordo com a Folha, a intervenção federal pagou quase R$ 40 milhões para o grupo israelense que possui o software. Não se sabe, porém, se o valor foi gasto somente com a aquisição desse programa ou se outros sistemas estavam inclusos.

Não houve explicação também sobre como esses sistemas são utilizados no Exército.

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