O ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu nesta quinta-feira (26) alterações na legislação para poder enquadrar facções criminosas como terroristas. O posicionamento foi feito em sua participação no congresso da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) sobre prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

O ministro entende que ao ¨alargar¨ a definição de terrorismo, enquadrando as facções criminosas, o Estado vai poder lançar mão de mecanismos mais rigorosos que permitam combater esses grupos financeiramente.  Segundo o ministro, neste ano a Polícia Federal (PF) já conseguiu bloquear R$3 bilhões em ativos de organizações criminosas.

“Quando falamos de terrorismo, lembramos sempre de organizações globais articuladas com a disputa geopolítica por água, energia, território, e que atuariam, inclusive, no Brasil. Mas temos que voltar nosso olhar também para um aspecto que, lato sensu, classifico como terrorismo. Um domínio do território, como milícias e facções que se estabeleceram no Rio de Janeiro, é ou não é, materialmente falando, ato de terrorismo?”, disse Dino.

A fala do ministro se dá ainda no calor dos acontecimentos recentes, quando milicianos do Rio de Janeiro atearam fogo em dezenas de ônibus, criando grande transtorno e prejuízo.

Ao defender uma maior integração das equipes de inteligência da PF, do Ministério da Justiça e das polícias civis nos estados, Dino relatou a constituição da rede nacional de recuperação de ativos, a Rede Recupera, que está sendo construída no âmbito da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla).

RELACIONADAS

+ Programa que atuará contra facções deve custar R$ 900 milhões

+ Entenda relação entre metralhadoras furtadas e facções no RJ