Nesta segunda-feira (4), a coordenadora do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (CITA), Auricélia Arapiun, participa da mesa “Desafios e oportunidades em geração de energia na e para a Amazônia Brasileira”, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes.

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Na ocasião, a liderança paraense do povo Arapiun e que representa 14 povos indígenas disse que quer defender rios da Amazônia.

“Este é um momento crucial para sermos ouvidos. Em 2025, teremos a COP 30 em Belém e, por isso, precisamos que conheçam a nossa realidade, não pela boca dos governantes, mas pelos povos da floresta”, destacou Arapiun.

Em referência à usina hidrelétrica de Belo Monte, terceira maior do mundo, inaugurada em 2016, instalada no rio Xingu, em Altamira, sudoeste do Pará, Auricélia lamentou que as cobranças dos indígenas cercam os grandes empreendimentos, como hidrelétricas, que podem afetar a vida nos rios, fonte de sobrevivência para os povos tradicionais.

“Nesse momento em que o mundo está falando de transição energética, nós, os povos indígenas, estamos aqui para compartilhar nosso conhecimento e experiência de quem sabe proteger a natureza”, disse.

O projeto foi executado com fortes ressalvas da comunidade indígena. Os impactos envolvem a migração forçada de dezenas de milhares de indígenas e povos tradicionais, onde 50 mil pessoas foram desalojadas pela barragem, segundo dados da organização sem fins lucrativos, Xingu Vivo.

Com relação ao anúncio do Governo Federal, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3), que prevê novas centrais hidrelétricas pelo país, Auricélia Arapium, reforçou que é uma demanda dos povos indígenas, embora o Pará não tenha entrado na lista.

“Os rios já estão comprometidos por conta da seca e contaminação de mercúrio, causada pela mineração, então projetos de escavação para que balsas e navios tenham maior navegabilidade devem adoecer ainda mais os nossos rios, isso seria a morte deles”, finalizou a líder indígena.

Agenda

Na terça (5), Aurecélia participa do painel “As Vozes Indígenas na Defesa da Amazônia: Estratégias de Mobilização e Comunicação na Proteção dos Territórios”.

Ja no sábado (9), ela palestra na mesa sobre “Monitoramento indígena: papel dos povos indígenas de mitigação às mudanças e emergência climática”.

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