O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, deu detalhes do plano de segurança após os ataques no dia 8 de janeiro.
Após 1 ano da invasão às sedes dos Três Poderes, Ricardo Cappelli, em entrevista à CNN, relatou momento decisivos em sua atuação como interventor na segurança pública do DF após os ataques de 8/1.
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Cappeli relata que ser nomeado interventor foi uma surpresa. A decisão de Lula, até então, seria de nomear o ministro da Justiça, Flávio Dino.
“O momento grave exigia ação imediata. O interventor seria o ministro Flávio Dino. O presidente chegou a redigir um decreto, nomeando ele o interventor, porém poucos minutos antes do presidente assinar o decreto, o ministro se lembrou que já tinha sido diplomado senador, e que a constituição veda que ele, como senador, assuma qualquer outro cargo que não seja de ministro de Estado”, disse.
Cappelli afirmou ainda que houve falha na segurança pública. Para ele, “houve uma sucessão de erros”.
“A questão é que em 8 de janeiro de 2023 o protocolo não foi aplicado, você não teve plano operacional da Polícia Militar, você não teve cavalaria mobilizada, choque mobilizado adequadamente”, disse.
Cappelli afirmou que foram muitos momentos de apreensão entre as polícias. Entre eles, um momento de tensão com o comandante da PMDF.
“Chamei o coronel Fábio Augusto, comandante da PM, e disse para ele: ‘prepare a tropa que vamos entrar e prender todos que estão no acampamento’. O comandante ficou bastante nervoso e se afastou de mim. Passados alguns minutos ele voltou e disse: ‘interventor, o general Dutra, comandante militar do planalto, quer falar com o senhor. Eu disse ao comandante da PM: ‘eu tenho uma missão e vou cumprir a minha missão e não vou sair daqui’. […] Passados alguns minutos o general Dutra chegou tivemos uma discussão dura e respeitosa, ele tinha uma lógica de relativizar e minimizar o que tinha acontecido”.