O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respondeu, em nota, às declarações do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, que o chamou de frouxo diante da operação da Polícia Federal desta quinta-feira (25), contra Alexandre Ramagem.
“Difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF. E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema”, disse Pacheco.
O PL, legenda de Bolsonaro, e o PT de Lula serão os partidos que receberão as maiores fatias do fundo eleitoral de 2024. O PL deverá receber R$ 863 milhões para bancar as atividades dos seus candidatos. A previsão para o PT é de R$ 604 milhões.
Mais cedo, Valdemar afirmou que a operação da Polícia Federal que mira Ramagem é fruto de perseguição do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra Bolsonaro. O presidente do PL defendeu o impeachment de Moraes e disse que Pacheco não atua pelos interesses do Parlamento.
“[Moraes] acha que pode fazer o que quer. Sabe por quê? Porque o Rodrigo é frouxo. Ele sabe que o Rodrigo não vai reagir”, atacou Valdemar.
Deputado federal e pré-candidato no Rio, Alexandre Ramagem é alvo da PF por suspeita de envolvimento no uso do software espião FirstMile pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), chefiada por ele no governo Bolsonaro.
A operação da PF desta quinta, sob autorização de Moraes, cumpriu mandados de busca tanto na residência de Ramagem como no seu gabinete na Câmara. O deputado ainda não se manifestou sobre a operação.
Segundo a PF, a operação, batizada de Vigilância Aproximada, investiga uma “organização criminosa que se instalou na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial”.