Enquanto era diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem imprimiu informações sigilosas sobre inquéritos eleitorais do Rio de Janeiro. A afirmação consta em material encaminhado pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF), avaliando que os documentos “possivelmente” foram impressos para serem entregues ao “núcleo político” por trás do esquema de espionagem ilegal dentro da Abin, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A análise da PF consta na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizando a operação realizada na manhã desta segunda (29). A polícia cumpriu oito mandados de busca e apreensão. Cinco deles no Rio de Janeiro e os demais em Brasília, Formosa (GO) e Salvador (BA). Dentre os alvos da operação Vigilância Aproximada estava Carlos Bolsonaro, o filho 02 de Jair.
Novas informações vão surgindo na medida em que as investigações avançam. A descoberta do diálogo de uma assessora de Carlos, Luciana Almeida, com uma assessora de Ramagem, quando diretor da Abin, pedindo “ajuda” sobre um inquérito envolvendo o “PR e 3 filhos”, demonstraria que o 02 era integrante do chamado “núcleo político” da “Abin paralela”.