Os senadores que fizeram parte da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid foram os principais alvos de monitoramento ilegal da “Abin Paralela”, segundo informações do repórter Tullio Amâncio, da Band.
A emissora teve acesso com exclusividade a lista de autoridades espionadas ilegalmente, durante a gestão do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem.
Entre os nomes da lista de monitorados ilegalmente está o senador Omar Aziz (PSD-AM), que na época presidia a CPI da Covid.
Além de Omar, outros senadores que integravam a CPI teriam sido espionados, entre eles, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) e os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Rogério Carvalho (PT-SE), Humberto Costa (PT-PI), Alessandro Vieira (MDB-SE), Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Simone Tebet, que na época era senadora pelo MDB.
A lista divulgada também traz nomes de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como o do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Governadores também teriam sido alvos da espionagem ilegal, como João Doria, eleito com o apoio de Bolsonaro em São Paulo, e Camilo Santana, que governou o Ceará.
Os Deputados Federais, Kim Katagiri e Alexandre Frota, que foram aliados de Bolsonaro e abriram divergência durante o governo do ex-presidente, também teriam sido rastreados pelo programa First Mile.
Segundo as investigações, o monitoramento ilegal era comandado por Ramagem e encabeçado pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ambos negam participação no esquema ilegal.
O ministro do Supremo, Cristiano Zanin, deu o prazo de 10 dias ao Congresso Nacional para apresentar informações sobre a regulamentação do uso pelo poder público de programas que permitam o monitoramento de cidadãos.
Procurado, o senador Omar Aziz, ainda não se manifestou sobre o assunto.