Após concluir o inquérito sobre a invasão da página do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em janeiro de 2023, a Polícia Federal (PF) indiciou o hacker Walter Delgatti Neto e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), por suspeita de terem cometido os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
Com o hackeamento do CNJ, foram inseridos documentos falsos no sistema do Judiciário. Um deles era uma falsa ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assinada por ele mesmo.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisará o relatório da PF e decidirá se denuncia ou não Carla Zambelli ao Supremo. Moraes é o relator da investigação no STF.
A partir de análise de equipamentos pessoais da deputada, apreendidos em agosto passado, foram encontrados documentos falsos inseridos criminosamente pelo hacker no sistema do CNJ.
Segundo o relatório da PF, Delgatti foi “instigado pela parlamentar para acessar o sistema do CNJ, com o intuito de causar prejuízo à imagem do Judiciário e de um ministro do STF”
“A conduta da mesma é incompatível com a atividade parlamentar, pois colocou em risco um Poder da República, o Judiciário, assim como a imagem do Poder Legislativo”, conclui o documento.
A defesa
A defesa de Carla Zambelli emitiu uma nota se referindo à interpretação da autoridade policial como arbitrária e informando que embora ainda não tenha analisado o relatório da PF, reforça que a deputada jamais fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões à sistemas ou praticasse qualquer ilicitude.
“Novamente a Deputada REAFIRMA que não cometeu qualquer conduta ilícita e/ou imoral e exercerá, se necessário, seu amplo direito de defesa para comprovar sua inocência. O uso abusivo de suposições e probabilidades não são elementos induvidosos a pretender sustentar as suspeitas levantadas”, diz a nota.