O crescimento econômico do país, registrado em 2023, foi impactado pelo consumo das famílias, que sofreu uma expansão de 3,1% em relação a 2022.
A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explicou que o resultado tem influência da melhora das condições do mercado de trabalho, com aumento da ocupação, da massa salarial real, além do arrefecimento da inflação.
“Os programas de transferência de renda do governo colaboraram de maneira importante no crescimento do consumo das famílias, especialmente em alimentação e produtos essenciais não duráveis”, completou.
A pesquisa “Cash Transfers and Formal Labour Markets – Evidence from Brazil”, do Banco Mundial e divulgada no último semestre de 2023, avaliou o impacto do Bolsa Família na atividade econômica local.
De acordo com o estudo, além de combater a pobreza, o programa tem efeitos multiplicadores pelo estímulo que dá à demanda local e ao emprego, inclusive de não beneficiários.
Nos lugares onde o Bolsa Família se expandiu de forma mais consolidada, houve aumento maior do consumo, dos empregos, do número de contas bancárias e da arrecadação de impostos. A cada dólar investido no programa, são gerados outros 2,16 na economia.
Em 2023, o Bolsa Família foi reestruturado, recuperando o conceito de valorização da composição familiar. O maior programa de transferência de renda da história do Brasil, alcançou os patamares mais elevados de sua trajetória no ano passado.
Em média, 21,3 milhões de famílias foram contempladas por mês, o que representa 10,93% de crescimento em relação a 2022. O investimento federal também registrou o maior volume de recursos desde o início do programa: foram R$ 14,1 bilhões em média, a cada folha de pagamento.
O valor médio repassado às famílias ao longo do ano foi de R$ 670,36, chegando a atingir R$ 721,88.