A postura das Forças Armadas antes e durante as eleições de 2022 foi criticada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.
O ministro classificou como “papelão” a postura dos militares durante a comissão que ocorreu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Porém, [os militares] foram manipulados e arremeçados na política por más lideranças. Fizeram um papelão no TSE. Convidados para ajudar na segurança e na transparência, foram induzidos por uma má liderança a ficarem levantando suspeitas falsas, quando a lealdade é um valor que se ensina nas Forças Armadas”, destacou.
A declaração foi dada nesta segunda-feira (4) durante evento realizado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Barroso afirmou ainda que a “politização das Forças Armadas” talvez “tenha sido das coisas mais dramáticas para a democracia”.
O presidente do STF destacou que desde 1988 as Forças Armadas tiveram um comportamento exemplar no Brasil, mas por uma má liderança acabaram sendo politizadas.
“De não ingerência, de não interferência, de cumprir as suas missões constitucionais, de ocupar espaços remotos da vida brasileira, inóspitos. Gente que leva uma vida dura. Eu tenho o maior respeito”, disse.
Em fevereiro, Barroso também chegou a criticar a atuação dos militares que foram “manipuladas para levantar desconfianças e suspeitas infundadas” durante as eleições.