O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Marcos Aurélio Mello, afirmou em entrevista que houve um retrocesso no combate à corrupção no País.

“Houve um retrocesso brutal e não continuamos a caminhar visando tornar o Brasil o que se imagina do Brasil, o Brasil sonhado”, disse o ministro em entrevista ao Jornal O Estado de S. Paulo deste domingo (17).

Marcos Aurélio analisou a atuação do Senador Sérgio Moro (União-PR) na Operação Lava Jato, ele votou contra a suspeição do ex-magistrado.

Na visão de Mello “houve uma concepção equivocada” do STF em relação aos casos ligados à operação.

“Só não houve a mesma concepção quanto ao Mensalão porque foi o Supremo quem julgou, aí evidentemente o tribunal ficaria muito mal na fotografia se viesse a declarar vícios na investigação e no próprio processo-crime”.

Marcos Aurélio pontuou durante a conversa que houve um retrocesso no combate à corrupção no País.

“Houve um retrocesso brutal e não continuamos a caminhar visando tornar o Brasil o que se imagina do Brasil, o Brasil sonhado”.

A decisão de Sérgio Moro de deixar a Corte para assumir o Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL) em 2018 foi um ato “insano”, segundo o ministro.

“Abandonar um cargo alcançado por concurso público, uma função que o tornou herói nacional, para ser auxiliar de um presidente da República demissível a qualquer momento. Eu disse: ‘Rapaz, como você abandona uma caneta dessa?’. Aí ele disse: ‘A minha caneta ainda tem muita tinta’. Ainda bem que o Estado do Paraná o elegeu senador”.