A maioria dos brasileiros, 86% da população, aceitaria tomar a vacina contra a dengue, se ela estivesse disponível. O dado é revelado pelo InnQuesti – Instituto de Pesquisas, que realizou mil entrevistas, em todas as regiões do Brasil.
De acordo com o levantamento, 85% dos entrevistados se disseram muito preocupados com a quantidade de casos de dengue no país, mesmo com os números em queda e a estabilização em alguns estados.
Dados do Ministério da Saúde apontam o registro de mais de 3 milhões de casos prováveis em 2024. O número já é quase o dobro de todo o ano passado, quando foram detectados 1,6 milhão de casos.
Desde o início do ano, foram registradas 1.256 mortes por dengue em todo o país. Outros 1.857 óbitos estão em investigação.
Atuação do governo
A pesquisa também revelou o que a população acha da atuação do governo federal diante da epidemia. 19% dos entrevistados consideraram ótima ou boa as ações do governo; 58% avaliaram como regular, 22% como ruim ou péssimo e 1% não sabem ou não quiseram responder.
Quando a mesma pergunta foi feita sobre a atuação dos governos estaduais e suas respectivas secretarias de Saúde, resultados semelhantes foram obtidos: 17% consideraram ótimo ou bom; 55% avaliaram como regular; 26% acham ruim ou péssimo; 2% não souberam ou não quiseram responder.
Ao serem questionados sobre de quem é a responsabilidade pelo aumento dos casos de dengue no Brasil, 72% dos entrevistados afirmaram que a própria população é a principal responsável. Já 14% atribuíram a responsabilidade ao governo federal, 5% aos governos estaduais, 5% aos governos municipais e 4% não sabem ou não responderam.
Socorro!
Lorë Kotínski, diretora do InnQuesti, esclarece que a pesquisa foi uma iniciativa do próprio instituto, alarmado com os números oficiais divulgados. Segundo a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), o Brasil concentra 70% do total de casos entre os países da América Latina e Caribe.
“O estudo nos mostra que a população está consciente sobre sua parcela de responsabilidade na proliferação do mosquito transmissor da dengue”, explica Kotísnki. “No entanto, estão quase todos preocupados e pedindo socorro”.
A pesquisa do InnQuesti foi realizada entre os dias 10 e 11 de abril, tem 95% de confiabilidade e margem de erro de 4%.