Um relatório elaborado pela Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) aponta que o senador Sergio Moro (União-PR), o ex-deputado Deltan Dallagnol e a juíza Gabriela Hardt se uniram para desviar R$ 2,5 bilhões da União.

Segundo o relatório, o desvio realizado em 2016 até 2019 teve o objetivo de criar uma fundação privada. O documento foi assinado pela Polícia Federal.

“O desvio de R$ 2.567.756.592,009 destinados originalmente ao Estado brasileiro, para criação de uma fundação voltada ao atendimento a interesses privados, não conseguindo finalizar esse intento por motivos alheios à vontade dos atores”, diz o relatório.

A investigação aponta que o grupo tentou desviar os recursos com ajuda de agentes públicos americanos, de dois gerentes da Petrobras e de outros representantes da estatal.

Em nota, o senador Sérgio Moro disse que o valor foi devolvido “sem que nenhum centavo tenha sido desviado”.

“A especulação de que estaria envolvido nessa questão, sem entrar no mérito, não tem qualquer amparo em fato ou prova, sendo mera ficção”, concluiu.

Entenda

O CNJ apura se Sérgio Moro e Gabriela Hardt violaram as leis durante operação Lava Jato.

A condução dos processos da Lava Jato e a gestão dos acordos de leniência também estão em investigação.

“Portanto, não se trata de pura atuação judicante, mas sim uma atividade que utiliza a jurisdição para outros interesses específicos, não apenas políticos”, diz um dos trechos sobre a inspeção.

Gabriela Hardt foi juíza da Lava Jato e é investigada por supostas irregularidades na Operação. Nesta terça (16), a decisão que afastou a juíza foi derrubada por 8 votos a 7.