Não há provas de que o ex-presidente Jair Bolsonaro pediria asilo ao permanecer por dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília, em fevereiro deste ano. A conclusão é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e se deu nesta quarta-feira (24). A estadia de Bolsonaro na embaixada foi divulgada pelo jornal The New York Times. 

Ao avaliar o caso, Moraes argumentou que o ex-presidente não violou a medida cautelar que o proíbe de se ausentar do país.

“Não há elementos concretos que indiquem efetivamente que o investigado pretendia a obtenção de asilo diplomático para evadir-se do país e, consequentemente, prejudicar a investigação criminal em andamento”, afirmou o ministro.

Moraes, no entanto, manteve a apreensão do passaporte do ex-presidente. A retenção do documento e a proibição de sair do país foram determinadas pelo ministro após Bolsonaro ser alvo de uma busca e apreensão durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de Estado no país após o resultado das eleições de 2022.

“A situação fática permanece inalterada, não havendo necessidade de alteração nas medidas cautelares já determinadas”, escreveu o ministro. 

Hospedagem

A estadia de Bolsonaro na embaixada foi divulgada pelo jornal The New York Times (NYT). Análise das imagens das câmeras de segurança do local e de imagens de satélite,  mostram que Jair Bolsonaro chegou no dia 12 de fevereiro à tarde na embaixada da Hungria e saiu na tarde do dia 14 de fevereiro.

As imagens mostram que a embaixada estava praticamente vazia, exceto por alguns diplomatas húngaros que moram no local. Segundo o NYT, os funcionários estavam de férias e a estadia do ex-presidente ocorreu durante o feriado de carnaval.