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‘Nossos territórios são zona de sacrifício’, diz líder quilombola

Líder quilombola fala sobre luta pela demarcação de terras. Foto: Portal Norte

A coordenadora da Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) no Tocantins, Maryellen Crisóstomo, falou ao Portal Norte sobre a relação entre a demarcação de terras e o desenvolvimento econômico do país.

A líder afirmou que o governo “passa por cima” das terras quilombolas para que o Brasil possa avançar economicamente. Ela explicou de que forma a falta de titulação afeta os povos originários:

” Os nossos territórios são zona de sacrifício. Então, quando o governo não delimita, não reconhece os perímetros dos nossos territórios, tira o direito dos quilombolas de serem consultados sobre a construção de empreendimentos” destacou.

Além disso, ela mencionou que ocorrem ameaças recorrentes nas comunidades para que o Brasil desenvolva o agronegócio e garanta a escoação da produção agrícola e pecuária.

“Se tem que matar alguém, para implementar determinados desenvolvimentos, esse alguém a gente sabe onde está, a gente sabe a cor da pele. É o povo preto rural, é o povo preto periférico, porque não tem os requisitos para serem consultados, então pode matar”.

“Esse é o sacrifício necessário”, lamenta.

Veja a entrevista durante a maior marcha dos quilombolas em Brasília:

https://portalnorte.com.br/wp-content/uploads/2024/05/WhatsApp-Video-2024-05-17-at-15.15.56.mp4

Movimento Quilombola

Quilombolas de todo o Brasil se reuniram na capital nesta quinta-feira (16) para levar demandas ao governo e chamar a atenção pela valorização dos povos.

O grupo luta principalmente pela garantia da efetivação dos direitos territoriais das comunidades.

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