Em entrevista com o Portal Norte, nesta terça-feira (21), a deputada federal Silvia Waiãpi criticou a nota de repúdio de lideranças Yanomâmis. Segundo ela, o documento é inconstitucional.
Além disso, Waiãpi, que é relatora da Comissão Externa que analisa a crise humanitária dos Ianomâmis, afirmou que o documento será levado em consideração.
Repúdio de lideranças
Ainda nesta terça-feira, um grupo de lideranças Ianomâmi enviou uma nota de repúdio à comissão afirmando que a discussão estava focando apenas nos garimpos ilegais. Porém, a deputada explica que os narcotráficos nas terra indígenas também estão sendo investigados.
“Veja que não se trata apenas da questão do perigo dos garimpos ilegais em terras indígenas, mas sim da atuação de narcotráficos que não querem a interferência de parlamentares em seus esquemas”, disse a relatora.
Comissões pouco efetivas
Durante a entrevista, Silvia Waiãpi destacou que já haviam ocorrido outras comissões externas, mas nenhuma trouxe de fato uma solução para os Yanomâmis. Além disso, a relatora comentou sobre o discurso contraditório da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
“A ministra dos Povos Indígenas argumentou que não dava para solucionar o problema em um ou dois anos, mas a mesma já liderou alguns levantes e invasões em prédios públicos, inclusive com atentado contra mim nos meus tempos de secretária nacional de saúde”, afirmou Waiãpi.
Escutar Ianomâmis
Em seu trabalho como relatora, a deputada pretende de fato chegar a uma solução efetiva para os indígenas que sofrem diversos flagelos em suas regiões. Entre os principais objetivos que Silvia Waiãpi almeja alcançar com a comissão estão as oitivas com Ianomâmis.
“A nossa prioridade é escutar indígenas que estão dentro das aldeias e que sofrem de fato os flagelos dentro de sua região. Além disso, escutar indígenas que se beneficiam da pobreza do seu próprio povo também constará no relatório”, explicou a deputada.
Confira na íntegra um trecho da entrevista: