A Polícia Federal (PF) deve ter uma base fluvial instalada na região do Vale do Javari, no Amazonas.

A região ficou marcada pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, em 2022.

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A informação foi publicada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), em sua conta no Twitter, nesta quarta-feira (15).

No fim de fevereiro, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) reuniu representantes do Ministério dos Povos Indígenas, Funai, Ibama, Sesai, Polícia Federal, PRF, Ministério da Justiça, Força Nacional, Ministério Público Federal e Ministério Direitos Humanos, para retomar a presença do Governo Federal no Vale do Javari.

O objetivo da assembleia, segundo a Univaja, foi de consolidar as forças de segurança para garantir a proteção dos direitos indígenas, socioambientais e também de servidores que atuam na fiscalização do território.

A ação também visa proteger ambientalistas e jornalistas, constantemente em risco devido ao trabalho desenvolvido na região, após o caso Bruno e Dom.

O anúncio sobre a instalação da base fluvial veio após a realização da reunião.

Apesar de o anúncio ter sido feito por Flávio Dino através da publicação, ele não informou quando a base fluvial deve chegar até a região do Vale do Javari e de que maneira ela deve atuar.

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Também no fim de fevereiro, um funcionário do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Vale do Javari e um auxiliar foram amarrados e assaltados por piratas, na quinta-feira (23), próximo à sede do município de Atalaia do Norte (AM).

Os suspeitos levaram uma embarcação, dois motores e mais de 3 mil litros de combustível.

O município abriga a maior parte da reserva Vale do Javari, segundo maior território indígena do país e marcado por conflitos como tráfico de drogas e pesca ilegal.

Caso Bruno e Dom

Segunda maior reserva indígena do país, o Vale do Javari teve o grave problema da insegurança exposto após os assassinatos de Bruno e Dom.

Eles desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia, e foram vistos pela última vez no dia 5 de junho de 2022, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael.

De lá, seguiriam para Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.

Os restos mortais dos dois foram encontrados em 15 de junho.

As vítimas teriam foram mortas a tiros e os corpos, esquartejados, queimados e enterrados.

Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.

Suspeitos de crime presos

Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos santos”, e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, estão presos em penitenciárias federais suspeitos de cometerem os assassinatos.

Além dos três acusados, no fim de janeiro, a Polícia Federal (PF) apontou Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como o mandante dos homicídios.

Colômbia está preso desde dezembro do ano passado. Ele chegou a ser solto após pagar uma fiança de R$ 15 mil, em outubro.

A prisão foi decretada novamente pela Justiça Federal após ele descumprir condições impostas quando obteve liberdade provisória. Colômbia também é investigado por pesca ilegal e tráfico de drogas.

Segundo as investigações, “Colômbia” tinha relação direta com Amarildo.

No processo, o Ministério Público Federal denunciou Amarildo, Oseney e Jefferson pelo assassinato das vítimas.

De acordo com o superintendente, Colômbia também será indiciado.