O vereador Gilvan Souza (PCdoB) teve seu mandato cassado em Bujari, interior do Acre, após decisão dos parlamentares na Câmara de Vereadores do município.
A sessão extraordinária se estendeu até a noite de terça-feira (19).
O episódio que levou à cassação ocorreu em janeiro deste ano, quando Gilvan Souza foi indiciado por violência política contra a mulher.
Ele foi acusado de ofender de forma machista e proferir ameaças à vereadora Eliane Abreu (PP) durante uma sessão extraordinária na Câmara.
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Segundo a parlamentar, Gilvan chegou a dar vários socos na mesa, proferiu palavras de baixo calão e intimidações, chegando a dizer: “Eu vou te quebrar”.
A vereadora registrou um boletim de ocorrência tanto na cidade de Bujari quanto na capital, Rio Branco.
A votação contou com a presença de diversas mulheres utilizando camisetas e cartazes com mensagens de apoio à vereadora Eliane Abreu.
Cada vereador teve três minutos para justificar seu voto, enquanto os envolvidos tiveram cinco minutos cada para se pronunciar.
A primeira a discursar foi a vereadora Eliane Abreu, que destacou a importância do combate à violência contra a mulher.
“O combate à violência contra a mulher não tem partido, não tem cara, não tem cor, não tem religião. Temos a missão de cuidar e proteger nossas mulheres. Peço que vossa excelência vote a favor da cassação do vereador Gilvan”, pediu.
O vereador Gilvan Souza, sob vaias e gritos de “covarde”, fez seu pronunciamento:
“Estou com meu coração em paz, estou tranquilo, sei o que aconteceu. Os vereadores presentes também sabem. Quero agradecer a Deus pela oportunidade, quero que Deus dê o retorno na paz a todos vocês, principalmente moradores do Bujari”, afirmou.
Após os discursos, a votação ocorreu, empatando entre os vereadores. O presidente James do Nascimento decidiu pela cassação do mandato.
Quando questionado se reconhecia algum erro em sua conduta ou se havia se desculpado com a vereadora, Gilvan afirmou que não cometeu erros.
O vereador com o mandato cassado passará por um processo criminal, podendo ser condenado e impedido de ocupar cargos públicos no futuro.
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