No quintal de casa, um brasileiro trabalha para criar seu próprio veículo voador, nos Estados Unidos, enquanto grandes empresas anunciam projetos de eVTOLs (sigla em inglês para “veículo elétrico de pouso e decolagem vertical”).

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O engenheiro Marcelo Lavrador, de 56 anos, é um dos responsáveis pelo projeto e contou que a proposta não é criar um meio de transporte para deslocamentos pela cidade, como o eVTOL planejado pela Embraer.

A ideia do Human Drone Project, como ele batizou, é oferecer um veículo com lugar para uma pessoa, que tenha fins recreativos e faça voos de aproximadamente 15 minutos.

O projeto começou como um passatempo em 2019, quando Marcelo trabalhava em um escritório de engenharia da Embraer em Melbourne, nos Estados Unidos, voltado para aviões comerciais.

Ele passou a desenvolver em seu próprio eVTOL com a ajuda do colega americano Álvaro Calvo, que também era engenheiro na empresa de aviação. O brasileiro explica que os dois não tiveram ligação com o projeto do eVTOL da Embraer.

Nos últimos anos, eles estão registrando em um site Human Drone Project os avanços que conseguiram na criação do eVTOL. A página inclui desde fotos de uma maquete em miniatura do veículo até vídeos com os primeiros voos em escala real.

Os primeiros voos do ‘drone humano’ foram não tripulados e chegaram a contar até com um boneco que simulava uma pessoa. Os testes tripulados começaram em junho de 2021, na terceira versão de testes do veículo.

Até o momento, Lavrador voou seis vezes em seu eVTOL. Os testes acontecem no quintal de sua casa na cidade de Indian Harbour Beach, na Flórida, e em um campo aberto na região.

“Estou em uma fase de pesquisa e desenvolvimento que, por sinal, é o que eu sei”, diz o engenheiro. “Ainda preciso garantir que essa aeronave será extremamente segura”.

Um dos pontos que estão sendo analisados é o chamado “fail safe”, um jargão da aeronáutica que trata das ações que serão realizadas por uma aeronave em caso de falha para evitar acidentes de grandes proporções.

Com oito motores – uma quantidade comum para eVTOLs -, o veículo poderia ser programado para pousar caso um deles deixe de funcionar, por exemplo.

O eVTOL do Human Drone Project terá dois controles, que lembram joysticks de video games antigos. Segundo Marcelo, a ideia é não exigir um grande treinamento para uma pessoa começar a pilotar a aeronave.

O joystick da esquerda permitirá controlar a impulsão e fazer movimentos de guinada para os lados. O joystick da direita será usado para subir ou descer o ‘nariz’ da aeronave e controlar o eixo horizontal com movimentos parecidos ao de inclinar as asas de um avião.

Por enquanto, a versão de testes ainda não conta com os joysticks. Ela é pilotada com ajuda de um rádio controle que é levado dentro do veículo e semelhante aos que são usados para controlar drones. Mas, esta ainda é uma solução provisória.

“É superperigoso, por isso também não faço voos longos, por enquanto. Imagine se o rádio perde conexão enquanto o veículo está subindo?”, diz Lavrador. Segundo ele, o próximo passo é fazer a transição para joysticks que usam conexão com fio.

“Estou pesquisando joysticks de veículos industriais, como empilhadeiras, para testar como prova de conceito. Caso um dia o veículo se torne um produto comercial, obviamente teremos que colocar um de padrão aeronáutico”, explica o engenheiro.

Veja o vídeo de um dos voos do drone humano:

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