Tiago Gomes de Souza, suspeito de assassinar um idoso de 77 anos com uma ‘voadora’ no peito em Santos, litoral de São Paulo, se jogou ao chão e chorou durante a reconstituição do crime realizada pela Polícia Civil. As informações são do G1.

Em meio à comoção popular, ele se ajoelhou e pediu desculpas (veja o vídeo). Cesar Fine Torresi foi agredido após atravessar a Rua Pirajá da Silva, no bairro Aparecida, com seu neto de 11 anos.

Conforme registrado no boletim de ocorrência, Tiago dirigia um carro e freou bruscamente, momento em que o idoso encostou as mãos no capô. Em resposta, o motorista saiu do carro e desferiu um chute no peito de Cesar.

A reconstituição do crime ocorreu na quinta-feira (13), com a presença de Tiago, seu advogado Eugênio Malavasi, um promotor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e autoridades policiais. Bruno Cesar Fine Torresi, filho da vítima, também participou.

Durante o procedimento, três versões foram reproduzidas: a do autor do crime, a do neto da vítima e a de uma testemunha, um médico que ajudou nos primeiros socorros de Cesar e presenciou apenas parte do ocorrido.

Reconstituição do caso

Durante a reconstituição do caso, o suspeito alegou ter sofrido um “ataque de fúria” devido à atitude da vítima em adverti-lo por ter avançado com o carro contra ela e seu neto.

Tiago relatou à polícia que não percebeu se havia machucado o idoso quando “avançou” com o veículo. Segundo o suspeito, a vítima e o neto continuaram a caminhar após a “discussão”.

“Ele [Tiago] nem estacionou o carro. Simplesmente desceu, deixou a chave ali e foi atrás do senhor. Ele diz que houve uma discussão. O neto diz que não”, explicou a delegada Liliane Lopes Doretto, do 3° Distrito Policial da cidade.

Para Liliane, a reconstituição serviu para ilustrar os fatos e esclarecer incoerências nos depoimentos. No entanto, ela reforçou que o inquérito policial ainda não foi concluído.

“Estou aguardando os laudos periciais. Acredito que ainda haverá mais testemunhas, e estou na esperança de encontrar alguma imagem”, acrescentou.

Ataque de raiva e voadora

Segundo a delegada, Tiago afirmou à polícia que sofre de transtornos psicológicos. Ele também alegou que, embora faça tratamento com medicamentos, teve um “ataque de fúria” e deu uma ‘voadora’ no idoso, no dia do incidente.

“Ele não conseguiu se controlar e agiu dessa forma. Disse que na hora se arrependeu e até tentou realizar manobras de ressuscitação na vítima”, relatou Liliane.

A delegada ainda não identificou imagens que capturem o crime, e apenas uma testemunha prestou depoimento até o momento.

Liliane acrescentou que, apesar disso, havia outras pessoas presentes no local e solicitou que elas comparecessem à delegacia para auxiliar na investigação.

“Houve um idoso que até tirou a chave do carro [de Tiago], segundo informações não oficiais, para impedir que ele fugisse na ocasião.

Essas pessoas não demonstraram interesse em comparecer à delegacia para prestar depoimento, o que é crucial para obtermos uma compreensão completa dos acontecimentos”, explicou Liliane.