Após participar de uma reunião com prefeitos na noite de segunda-feira, 21, um áudio da fala do ministro da Educação, Milton Ribeiro, vazou e foi divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
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No conteúdo da gravação divulgada pelo site, é possível ouvir o ministro dizer aos prefeitos que repassa verbas para municípios indicados por dois pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na semana passada, o jornal “O Estado de S. Paulo” já havia apontado a existência de um ‘gabinete paralelo’ de pastores que controlaria verbas e agenda do Ministério da Educação.
Os pastores em questão, seriam Gilmar Santos e Arilton Moura, que não têm cargo no governo, mas participaram de várias reuniões com autoridades nos últimos anos.
Gilmar Santos é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb). Arilton Moura também é da Assembleia de Deus.
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do pastor Gilmar”, afirma o ministro no áudio.
“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, complementou Ribeiro.
Em determinado ponto da reunião, o ministro diz ainda que há uma contrapartida para esses repasses, mas não dá detalhes sobre isso.
“Então, o apoio que a gente pede não é segredo. Isso pode ser [inaudível] é apoio sobre construção das igrejas”, disse.
Nota
Em nota, o ministro da Educação afirmou que Bolsonaro não pediu atendimento preferencial e negou favorecimento aos pastores.
“Diferentemente do que foi veiculado, a alocação de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, diz a nota.
Segundo o ministro, Bolsonaro solicitou apenas que ele recebesse todos que o procurassem.
“Registro ainda que o Presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem. Da mesma forma, recebo pleitos intermediados por parlamentares, governadores, prefeitos, universidades, associações públicas e privadas. Todos os pedidos são encaminhados para avaliação das respectivas áreas técnicas, de acordo com legislação e baseada nos princípios da legalidade e impessoalidade.”
Veja um trecho do áudio do ministro:
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