A Terra Indígena Yanomami (TIY) passa a ter maior proteção com a publicação de duas portarias do governo federal, nesta quinta-feira (2/2).

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Elas instituem diretrizes para proteção aérea e terrestre da região.

O Ministério da Defesa estabelece como primeira determinação os critérios para a identificação de aeronaves suspeitas no espaço aéreo da região.

Controle aéreo em área Yanomami

A partir de agora, aeronaves não poderão:

  • Entrar sem autorização em áreas restritas;
  • Omitir dos órgãos de controle de tráfego aéreo informações necessárias para identificação das aeronaves;
  • Trafegar com uso de falsa identidade;
  • Voar sem plano pré-aprovado.

A Força Aérea Brasileira (FAB) já restringiu na quarta-feira (1º) o espaço aéreo no território indígena.

O uso de helicópteros e aeronaves é uma das formas usadas pelo garimpo ilegal para chegar à região.

Com as novas portarias, a Aeronáutica vai dividir a área de voo em três partes, com diferentes níveis de restrição.

Também deve ser instalado um radar para elevar o controle na região.

O alerta de Defesa Aérea de Boa Vista foi reforçado, e as aeronaves E-99 e R-99 estão na região.

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Controle terrestre em área Yanomami

Em relação ao controle terrestre, a portaria do Ministério do Meio Ambiente instituiu uma sala de situação e controle da TIY, na Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Roraima.

O local vai coordenar, planejar e acompanhar ações de combate ao garimpo ilegal.

Crimes contra os Yanomami

No ano de 2022, o garimpo ilegal na região aumentou 54% e devastou mais 1.782 hectares da TIY.

Os dados são da Hutukara Associação Yanomami (HAY), divulgados pelo Instituto Socioambiental (ISA).

Para se ter noção do tamanho da destruição, a área compreende cerca de 2,5 mil campos de futebol.

Isso representa um aumento acumulado de 309%, comparado aos índices de 2018, quando a instituição passou a monitorar o avanço da atividades criminosas.

Yanomamis esquecidos

Em Roraima, os yanomamis estavam praticamente esquecido e enfrentam uma grave crise humanitária.

O crescimento da atividade garimpeira nas terras deles é um dos motivos apontados por ONGs e autoridades para o quadro devastador.

Cerca de mil indígenas já foram resgatados para atendimento emergencial.

Desnutrição e malárias são os principais problemas de saúde enfrentados pelo yanomamis.

Os pacientes apresentavam quadros graves de desnutrição e malária.